Monday, August 01, 2005

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO

Era uma vez um planeta bem tamanho médio em relação aos seus irmãos, onde só existiam vulcões, mares revoltos, muita lava quente e muito espaço. Um belo dia, sabe-se lá porque, apacereceram nesse planeta, vindas do nada (nunca acreditei muito nessa parte), umas pequenas celulazinhas que conseguiam se alimentar e se reproduzir naquele ambiente inóspito. Como nada pode ser perfeito essas células começaram a ter filhos defeituosos e diferentes de seus pais. Algum tempo depois, e bota tempo nisso, esses filhos "errados" tinham formado os incetos, os peixes, as samambáias e os macacos. Por outra assombrosa obra do destino (essa parte é pior ainda de engolir) os macacos começaram a sofrer o mesmo processo daquelas pequenas celulazinhas e ter filhos "diferentões". Depois de outro bloco enorme de tempo, aparecemos nós.
Já passaram por esse mundo, que ficou um pouco melhor sem o monte vulcões e mares revoltos, cerca de 90 bilhões de pessoas, basicamente com os mesmos problemas, angústias e necessidades que a gente. Existem hoje para cada um de nós, seres humanos vivos, cerca de 15 mortos que já viveram por aqui, proporção maior que a de ratos existentes, que é de 10 para cada homem e bem menor que a de insetos que é de 200 milhões para cada humano sendo que 1 milhão é só de formigas. Resumindo, o mundo nunca esteve tão habitado como hoje em dia e não é a toa que a galera anda se preocupando tanto com o 1% de água potável que ainda temos pra consumir.
Foi analisando tudo isso, o fato do mundo onde eu vivo já ter hospedado tanta gente, de estar tão visto, tão usadinho, tão batido e também o fato de eu estar vivendo em uma época onde com certeza cada canto deste planeta já foi explorado, revistado ou desenhado pelo Google que eu me perguntava como a gente consegue viver os mesmos problemas que provavelmente nossos avós viveram? Como o ser humano consegue ser tão repetitivo? Como consegue ser tão cíclico sem se ligar no que está acontecendo?
Não sei se ando revoltado com a mesmice dos problemas e situações que eu e as pessoas que eu convivo tem, mas é que sinceramente, já deveriam ter inventado um modo de certos problemas não existirem mais. Coisas como falta de grana, carência, corrupção em Brasília, alta desigualdade social, terrorismo, falta de condições básicas e dor de garganta já deveriam ter sido extintas pelos dinossauros, mas não, estamos nós aqui padecendo com as mesmas angústias. Não é que eu queira problemas novos, esses pelo menos eu já sei como lidar, mas será que algum dia essas coisas simples vão ter soluções simples também? Acho que a humanidade, nesses seus séculos de existência já passou por coisa bem pior e ultimamente vem se repetindo na categoria provações, ou por não ter achado nada melhor ou por achar que se a gente não resolveu nem o básico, como pode estar querendo passar para o nível 2?
Se com a Terra desse tamanho a gente já pena pra conseguir se acertar, e nesses anos todos nunca conseguimos, imagine então se ocupassemos a área de Júpter? Talvez esse planeta já seja grande demais pra gente tomar conta, afinal nós e as samanbáias descendemos daquelas mesmas celulazinhas e esperamos conseguir nos mortrar grandes antes que algo realmente grave aconteça.

3 comments:

Anonymous said...

Será mesmo que nunca conseguimos consertar? Somos tão "imbecis" assim?

Sei que ver essa coisa de corrupção, incertezas, dá um nó dentro da gente mesmo... essa sensação quase certa de que nada mais tem jeito.

Mas ainda prefiro acreditar. Talvez isso seja Polyana demais (alegre, positiva, meio autista), mas ainda prefiro acreditar que mudando uma pequena parte se pode muito.

O que se mostra é o contrário, mas ainda prefiro acreditar. Poética e um tanto romanticamente demais, mas é minha escolha (por enquanto).

Boa Noite...

beijos

Zagaia said...

Pois é Renata, se eu não acreditasse, talvez desencanasse até de escrever. Quem sabe talvez não esteja mudando algo em mim também...

Anonymous said...

Mudanças são sempre boas...

Eu entrei num momento de muitas mudanças (que continuam) e saber que se pode escolher é ótimo.

Bom que você acredita... é o que acaba movimentando a gente para um outro lado

beijos