Monday, December 11, 2006

COISAS QUE AMAMOS

Se tem uma coisa que eu adoro quando chega o verão é usar protetor 4. Se esse é o protetor certo pro meu tipo de pele? Óbvio que não, mas é aí que está a graça! Não que eu devesse usar um protetor 30, porque aí eu com certeza saio branco depois daquelas horas de sol, mas pelo menos um 15 eu deveria usar. Deveria, leu bem. Mas não uso, sempre acabo usando o 4.
Adoro sair do Sol com aquele tostadinho de quem usou um bom protetor 4, com aquele cheirinho de pele tostada. Adoro o leve ardor depois que eu tomo banho e o alívio que um bom aloe vera traz. Adoro a marca da sunga definida, a cor por igual, o ruborizado do rosto e principalmente adoro a cor que eu fico depois de 3 dias de esforço.
Usar protetor 4 pra mim tem um ar de rebeldia, me sinto jovem, inconsequente, sem medo do perigo, sem noção do futuro negro que está por vir, rompendo paradigmas. Sinto que os outros são uns idiotas de usar um protetor mais forte, me sinto herói e digno de uma pele tostada usando o meu amado 4. Enfim, usando protetor 4 eu me sinto de volta a adolescência.
Hoje eu fui à dermatologista e ela colocou minha cara numa desgraçada duma luz roxa. Meu rosto é uma mancha só. Não é força de expressão não! É uma mancha só mesmo, sem emendas, uma mancha que começa na testa e termina no queixo. Eu sou um sério candidato a ter um câncer de pele antes dos 40 anos se continuar usando o protetor 4. Além disso ainda terei que fazer um tratamento de pele medonho e também terei que usar protetor 60 durante todo o verão, todo dia! Existe esse fator de proteção? Sessenta!? Onde usam isso?! Em Mercúrio?
Me sinto traído pela minha pele, difícil a idéia de chegar aos 30 e já ser privado de fazer uma das coisas que eu mais gosto por causa da saúde. Imagine então, o tamanho da revolta quando me proibirem de comer doce?

Wednesday, December 06, 2006

IF YOU'RE GOING TO SAN FRANCISCO

Assim ó, de verdade? Não esperava! Apesar de ter sido avisado por todo mundo que eu estava indo para a cidade mais "mente aberta" dos Estados Unidos, não acreditei logo de cara não. Até porque, pra mim americano "mente aberta", é aquele que recicla lixo, tem noção que o Bush é um escroto e sabe a capital correta de algum país da América Latina.
Logo ao chegar em San Francisco já me espantei com a simplicidade e a despretenciosidade com a qual as pessoas me tratavam, no hotel, na van, no aeroporto e na lojinha de eletronicos... O melhor é que não era algo arranjado, realmente dava a impressão que aquelas pessoas eram fofas porque queriam, porque se não quisessem facilmente poderiam não ser, ou poderiam também procurar algo melhor com o que gastar o seu tempo. O estilo low-profile era tanto, que cheguei ao cúmulo de pagar menos em uma jaqueta por ser brasileiro, pagar ingresso com desconto por estar indo sozinho e ganhar massagem por ser bonitinho. Nunca pensei em viver situações como essas nos Estados Unidos, essa coisa de dar "jeitinho" é trabalho de brasileiro, de australiano e não de americano.
Em San Francisco achei comum as pessoas te ajudarem, serem simpáticas, saberem da onde você vem, te tratarem pelo nome, darem festinha pra você, te receberem bem, te levarem pra conhecer lugares. Mas San Francisco não é só um mar de rosas, lá também tem muito mendigo, muita gente sofrida e muitas, muitas esquisitices mesmo, dentre elas: a cidade é um lugar onde homens andam de mãos dadas, as mulheres se beijam no supermercado, os caras com chifres de titânio implantados são funcionários públicos e as lumpa-lumpas coreanas parecem estar escondidas em todos os lugares, prontas para dizer algo com sotaque inintendível. Mas tudo é tão simpático e tratado com tanta naturalidade, que todas essas esquisitices passam a ser simpáticas também.
Aliás, o welcome de San Francisco é algo tão marcante, tão gostoso e tão acolhedor, que você chega a pensar que vai ser difícil, algum dia, alguma outra cidade ficar com o título de Miss Simpatia.