Orelha de livro sempre foi uma coisa que me fascinou. Passar horas em uma livraria só escolhendo o que, um dia, você poderá vir a ler é algo que dá prazer sem precedentes. Numa dessas, semana passada eu achei um livro que falava sobre o Big Ben, o relógio mais famoso do mundo. O livro contava a história do imponente relógio que fica na Torre do Parlamento Britânico, a St. Stephen´s Tower, e revelava um fato que pouca gente sabia até então que Big Ben não é o nome do relógio, e sim do sino de 15 toneladas, cujas badaladas de 8 notas marcam com pontualidade britânica as boas e a as más horas do Reino Unido. Além disso, o sino levou esse nome por ter sido encomendado por um cara que tinha mais de 150 quilos e era o Diretor do Departamento de Obras Públicas da Iglaterra na época, Sir Benjamin Hall, o Big Ben.
Esse banho de cultura inútil, me fez pensar em duas máximas da minha vida, primeiro em como eu consigo gastar tanto, do meu precioso tempo que me é sempre tão curto, ocupando minha cabeça com bobagens desse tipo? E em segundo em como é difícil e às vezes impossível saber a verdade sobre alguma coisa.
Fiquei tão espantado com o meu nível de ignorância no assunto que fui para o grande oráculo e só numa busca rápida, eu achei mais de quatro versões oficiais para o nome do Big Ben (sim eu perdi mais tempo procurando). Na boa, pouco me importa se é o nome do relógio ou não, se essa é a verdadeira história do nome do sino ou não, mas como dizia José Maria Alkimin: "O importante não é o fato, e sim a versão". Começando a pesquisar sobre qualquer história, e eu estou falando que qualquer coisa mesmo, você vai perceber que o que prevalece é sempre a versão mais interessante, ou a mais glamurosa, ou a mais original, ou um monte delas, mas raramente será a verdade. Temos exemplos disso nas milhares de versões sobre o "Grito do Ipiranga", sobre quem matou a Odete Roitman quando Vale Tudo passou em Portugal, ou mesmo em histórias que servem para justificar de onde saiu o dinheiro do Marcos Valério.
Existem várias versões para todas as histórias do mundo, até mesmo para aquela que você viveu ontem, e isso é profundamente irritante se você for analisar. Pense que se sua história só tiver você e mais alguém de personagens, ela terá no mínimo 3 versões, a sua, a do alguém e a verdade. Isso porque tanto você quanto a outra pessoa, vão dar as versões baseadas em suas vivências, em seus parâmetros, e dos seus pontos de vista particulares. E quanto a verdade, nós que ouvirmos a história, jamais saberemos.
Disso tudo só resta dizer que a única verdade de que vamos sempre ter certeza é da nossa mesmo, às vezes nem essa, e temos que conviver com isso e levar a vida assim meio que às cegas deixando nos nortear pelo que sentimos e pelo que acreditamos. Mas na boa, essa é só a minha versão...
3 comments:
menino...
como assim...
fiquei bege em saber que o relógio não se chama Big Ben...
kbô pra mim!
Verdades, mentiras...
Tudo muito louco.
Ei, quem matou a Odete Roitman em Portugal??
Só no fim que eu entendi... a coisa toda é sobre ontem, não, rapazinho?
Ah, esse menino não aprende...
Beijos,
JU...
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