Thursday, August 04, 2005

OS CONHECIMENTOS DAS PERGUNTAS

Ontem eu recebi um e-mail de uma amiga que com certeza me fez voltar no tempo. O e-mail continha um monte de perguntas simples respondidas por essa amiga, que eu deveria responder também e reenviar pra ela. Além disso eu também deveria enviar esse e-mail para os amigos que eu gostaria que respondessem essas perguntas, e foi o que eu fiz. A experiência foi fantástica, as respostas que eu obtive foram incríveis, e pude percebere que conheço pouco aqueles com quem eu convivo. Tudo me fez lembrar dos cadernos de perguntas que rolavam direto na classe durante a quinta série, se tornaram mais raros na sexta e cafonas na sétima, para minha tristeza.
Sempre achei que você só conhece realmente uma pessoa, quando sabe de que fruta que ela mais gosta, que sabor de picolé ela prefere, se quando toma sorvete de massa prefere copinho ou casquinha, qual sua cor predileta, quantos filhos gostaria de ter, qual o nome do seu primeiro cachorro, que dia da semana ela corta as unhas, entre outras idiotices. Esse tipo de pergunta só tem resposta se você conviveu muito com a pessoa e notou isso sozinho, ou se você já conversou tanto com ela, a ponto de os assuntos normais se esgotarem e vocês se verem obrigados a conversar sobre coisas menos usuais.
Para os adolescentes da minha geração, o pretexto para conhecer alguém mais a fundo eram os cadernos de perguntas. Neles você encontrava das perguntas mais comuns às mais descabidas, todas ali, esperando pela sua resposta, e você ainda podia colocar uma resposta igual a de alguém com o famoso "idem"(as respostas mais criativas, ou das pessoas mais populares sempre eram copiadas por vários "idem"). O melhor dessa história era quando você era amigo da dona do caderno e podia levar pra casa pra responder, aí além de colocar suas respostas você ainda podia ler uma por uma das respostar e achar com a suca cabeça de criança, que conhecia todo mundo que estava alí. Na boa, era quase um "Orkut Manual Portátil". Engraçado como achamos formas novas de fazer as mesmas coisas.
Lendo as respostas dessa minha amiga eu me perguntei de quantas pessoas hoje, eu sei qual é a música preferida? Quantos dos meus amigos eu sei que já passou por algum acidente? Ou mesmo qual é o livro que mais marcou as pessoas que eu gosto? Só sei que foi me dando uma vontade enorme de passar aquele e-mail para toda a minha lista de e-mail, pra todas as pessoas do trabalho, pra toda a família mas daí eu me contive. Pensando bem, mas bem mesmo sobre o assunto, não é todo mundo que eu quero que saiba qual é minha comida preferida, tem gente que eu prefiro que adivinhe.

2 comments:

Ana Téjo said...

Adorei, querido.

E eu, dividida entre mando ou não mando? É cafona ou não é cafona? É adolescente ou não é adolescente? Quer saber? Dane-se "the cool way of life". Dane-se quem achar brega!

Ai de nós, que hoje só temos que apertar o "enter". Bom era quando tínhamos que envelopar, endereçar, botar selo e levar atéééé o correio. Dava tempo de sobra pra mudar de idéia. Ainda bem que a gente não mudava.

Beijos,
JU...

Zagaia said...

Hahahaha a tecnologia tem suas vantagens. Muitas vezes somos obrigados a pensar tão rápido quanto o mundo... bjos