Friday, October 07, 2005

A FREKOLÂNDIA

Muitas vezes nossas escolhas são postas à prova por familiares, parentes distantes, colegas de trabalho e principalmente pelos nossos amigos. Somos julgados o tempo todo, em festinhas, em reuniões de pauta, em almoços de domingo, porque ficamos com gente feia demais, com gente alta demais, baixa demais, com gente brega demais, e até com pessoas que parece que achamos na "ponta de estoque", ou seja, pessoas com "pequenos defeitos". É nessas horas, as do julgamento, que você consegue ver quem é autêntico o bastante, para assumir perante de todos os presentes, as suas agruras amorosas com pessoas incomuns.
Essa "frekolândia" de tipos esquisitos, desfila pela sua cabeça assim que o assunto surge na roda. Você lembra daquela amiga que namorava um cara que tinha braços curtos, do outro que namorava a hipocondríaca, daquela que ficou um tempo com você, e que cismava em mostrar o peito recém operado para todo mundo, de outra amiga que só gostava de caras com a língua presa, de um cara da faculdade que namorava uma Severina que se auto denominava Sílvia, enfim, uma revoada de esquizóides cheios de manias.
Mas cá entre nós, é muito difícil mesmo, assumir que a gente está ficando com algum ser oriundo da Frekolândia, afinal você gosta dessa pessoa meio diferentona e só percebe o erro total em que se meteu, quando se separa dela.
É o caso da Rita por exemplo, que a cada dia deixa escapar uma "frekstoria" diferente. A última que ela me arranjou foi de quando estava ficando com o Pablo, um menino bem apessoado, que ela conheceu numa praia no Rio. O romance durou 15 dias, até que muito, tendo em vista que o Pablo era cigano, prometido pra outra cigana, morava num "condomínio de tendas" em Copacabana, era surdo e mudo também. Pra ter uma idéia do non sense que era esse romance, Rita não falava uma só palavra de "surdomudês", e nem tinha comprado aqueles cartõezinhos que vendem nos faróis, além disso, a Mãe do cigano-surdo-mudo-Pablo ligava pra Rita, e combinava a saída dos dois como intérprete.
Hoje quando interrogada sobre sua "jornada cigana em busca da linguagem perdida" a Rita fala que o Pablo era muito menos esquisito que muitos outros caras que ela encontrou por aí, que não eram nem surdos, nem mudos, nem ciganos, nem prometidos, mas que em grau de estranheza, ganhavam fácil de muitos esquisitos que passam pela nossa vida.

5 comments:

Cláudia said...

Xu, me diga uma coisa...
Namorado brega, cafona, que se acha, também pode ser incluído nesse post?
beijo

Zagaia said...

Pode nega!! POde tudo!!

Cláudia said...

Então inlcui aí o meu ex (que tu sabe quem é). Que fez chapinha japonesa recentemente (não mais sob minha gestão, bem entendido...), para piorar as coisas - tudo nesse mundo pode ser piorado, basta se empenhar para isso.

Ana Téjo said...

Puxa! Ainda bem que pela minha vida, só passaram príncipes encantados. Nem sei do que vocês estão falando.
Não tô ouvindo nada, não tô sentindo nada... não tô lembrando de nada...
JU...

Zagaia said...

Juuuuu!!! Eu também não sei do que eu estava falando, acho que bati a cabeça e esqueci... Bjo