Friday, March 13, 2009

HOJE É CARNAVAL

Pronto ela se fudeu! Deixou tudo pra última hora e teve que passar o Carnaval em São Paulo mesmo, sem blocos na rua, sem trio-elétrico, sem escola de samba e sem camarote de graça no Anhembi. Se fudeu! E o pior de tudo é que ainda iria estar sozinha.
Suas resoluções não foram muito originais mas, com certeza foram pra lá de inteligentes. Ela comprou alguns DVD's, dois livros, algumas comidinhas intessantes, um pacotinho de "blondor" enfim, coisas pra se ocupar, e não sofreu.
O Carnaval estava indo de vento em popa... Ótimo! Um tempo pra ela era o que ela precisava. Numa hora de angústia, foi até a casa vazia da mãe, que como o Brasil inteiro também estava viajando, roubou o video-game do irmão e começou a matar Zumbis. Matou muitos, vários, todos eles... e foi.
Estava se virando bem, até faltar leite de coco e ela precisar ir dar uma passadinha no Santa Luzia na tarde de segunda. Entre o corredor de geléias e a parte de temperinhos ela encontrou uma amiga que ela não via faz muito:
- Não acredito!
- Nem eu! Não acredito que você está passando o Carnaval em São Paulo.
- Tô! E tô feliz! Pensei que ia ser solitário, mas tô bem...
- Você está em São Paulo sozinha? Para! Isso tem nome?
- Não! Não tem não... Não é homem não!
- A gente tem que sair hoje! Você vai numa festinha comigo! Tem que sair! Vai ser ótimo!
E na hora marcada ela estava pronta esperando a amiga passar na casa dela. A festa era doidinha, monte de gente que não combinava. Sobreviventes de um Carnaval em São Paulo. No meio deles estava ele. Ela olhou, ele olhou. Conversaram... Ela não prestou muita atenção, já estavam bêbados. Transaram loucamente a noite toda. Ela adorou, ele também afinal era Carnaval. Quando ela acordou na casa dele na terça, percebeu que tinha tido uma das melhores transas da sua vida, com o cara mais chato do mundo.
Não isso não era brincadeira, ele era realmente a pessoa mais chata do mundo. Ele tinha um emprego bom, era bonito, educado, mas era chato. Muito chato, chatíssimo. Se a chatice dele fosse uma personalidade, ela seria a Madonna. Quando ele pediu o telefone, ela deu um número. Não o dela, um outro. E ela finalmente começou a entender os homems... Graças a um Carnaval em São Paulo.

Monday, February 16, 2009

PEQUENOS ENCONTROS

A Adriana estava conversando com o Silvio fazia tempo na internet, papo vai, testemunhal no orkut vem, volta uma piadinha no msn e os dois começaram a pensar em se conhecer. Ligaram a camera e foi só alegria, ambos não mentiram, nem usaram o Photoshop e pra uma sexta enfim, marcaram a data do encontro.
Iriam se encontrar numa baladinha que a Adriana sempre ia com as amigas, se o cara fosse péssimo ela teria outras opções, se fosse bom ela beijaria e se fosse um maníaco as amigas estariam lá pra ajudar. Na hora e no dia marcado a Adriana posava de sentinela, com o olho vidrado na balada procurando o Silvio.
Como o Silvio estava demorando a aparecer, e as amigas da Adriana já estavam se dando bem ela resolveu pegar um drink, que logo se transformou em dois, três, cinco... até que ela sentiu um puxão no braço: "Adriana!?". Ela virou louca pra achar ali o cara que fazia tempo ela queria encontrar, mas não viu nada, até olhar pra baixo...
Sim o Silvio era uns 25 centímeros mais baixo que ela... Não que a Adriana fosse alta, e nem que homens mais baixos fossem um problema pra ela, não eram, até ela encontrar o Silvio. Como pode ser tão tapada! Nunca tinha perguntado a altura dele! O sorriso amarelo foi a única resposta que o cérebro dela achou naquela hora:
- Ahhh! Já sei! Você não gostou...
- Eu? Não, imagina Silvio... Não é isso não!! Adorei!
- Puxa que bom!! Eu também adorei você! - e já veio abraçando...
- Que legal! - disse a Adriana tentando se livrar do abraço. - Que bom que a gente se gostou né? Mas eu estou tão cansada hoje...
- Tudo bem, eu também estou... Podemos sair daqui e ir tomar alguma coisa...
- Melhor não eu já tomei demais.
- Um café.
- Melhor não!
- Poxa eu vim de tão longe pra te encontrar...
- É verdade... Liliput fica mesmo do outro lado do mundo.
Ao dizer isso a Adriana levou as mãos a boca, mas já era tarde demais. As palavras e a piada sairam sem pensar direto pro coração do jovem doende, que virou as costas e saiu sem deixar vestígios, sem nem mesmo precisar dizer seu nome ao contrário...
A Adriana ficou uns 15 minutos parada, tentando entender o motivo da sua frieza e da maldade da sua piada. Não entendeu, tentou se desculpar sem sucesso e até agora está pensando de que parte dela que saiu aquela flecha. Vai entender...

Tuesday, February 10, 2009

QUANTO TEMPO FAZ

Eu sei que é feio escutar conversa dos outros, mas tem horas que não dá... Quando o papo é baixaria, eu me torno uma espécie de minha mãe e vou embora no papo alheio. Duas mulheres, até que bonitas, sentadas na minha frente no avião:
- Nossa!
- Nossa o que?
- Meu só de entrar em avião eu penso em quanto tempo faz que eu não vejo um pinto!
- O que isso tem a ver?
- A última vez que eu vi um pinto foi quando eu fui pra Nova York, em novembro.
- Ishhh, nem te falo da minha vida então.
- Por que, faz mais tempo?
- Lembra quando eu fui a Espanha em outubro? Outubro? Estamos em fevereiro, faça as contas...
- Affff... Bom, ando tão desesperada que tem certos momentos que eu penso em pagar um cara. Pagar mesmo, um daqueles bem fetiche. Só pra ele me mostrar, deixar eu pegar e eu falar tchau.
- Ahhh não, se eu estiver pagando ainda tem que dizer que me ama.
- É! Boa! Tem que dizer que me ama... Depois ir embora e me ligar no dia seguinte. Só pra dizer que está com saudade.
- Posso falar? Isso eles não fazem nem pagando.
- Mas eu ia fazer assim: Pagava primeiro pela pegada, vistoria e diálogo e depois pagava pela ligação do dia seguinte.
- Boa tática!
- Eu sou boa nisso!
- Mas, agora sério... Você teria coragem?
- Só pra zerar o cronometro? Sim, acho que teria...
- É?
- É. Acho que sim... Quer dizer, sei lá... Se eu estivesse desesperada.
- Mas você não disse que estava desesperada?
- Mas não a esse ponto! Muito deprê!
- Também acho.
- Antes disso eu toparia até ligar pro Chicão!
- Credo!!
- Ahh sei lá, pelo menos eu não teria que pagar pra ele dizer que me ama!
Depois disso as moças foram em silêncio absoluto até o Rio de Janeiro. Se a viagem fosse até Palmas, eu acho que saberia mais...

Monday, February 02, 2009

PARAR NO MEIO

Tem certas coisas na vida que não podemos dessitir de fazer depois de um determinado momento. Saltar de paraquedas, andar em uma montanha russa alucinate ou pintar sozinho o seu apartamento são algumas delas... Não dá pra desistir, começou tem que ir até o fim. Deviam ter contado isso pro Guilherme!
A Paula conheceu o Guilherme num desses momentos da vida que era melhor continuar sozinha do que conhecer alguém. Mas fazer o que? Ela o conheceu e pronto. Ficaram uma, duas, dúzias de vezes e tiveram dezenas, centenas e milhares de problemas. Tudo que no começo dos dois foi bacana, depois de um tempo azedou, estragou ou virou merda... Eles não davam certo e pronto! Sempre que tentavam, que se encontravam ou ficavam, o final era sempre o pior.
O tempo passou, não se viram por um par de anos, um namorou umas, outra outros e numa bela noite a Paula tava lá: toda se esfregando na parede da boate com um peguete, quando o Guilherme apareceu!
Entre um beijo e outro a Paula olhava pra ver se o Guilherme continuava lá, pra ver se ele tinha visto ela com o cara, e sim, ele ainda estava lá e sim, estava olhando pra ela com o cara. Foi num segundo que o peguete deu um tempo que o Guilherme se aproximou e comprimentou a Paula e o cara. Conversaram civilizadamente, o Guilherme se afastou, mas continuou olhando... Foi num golpe de mestre do destino o peguete saiu de cena e a Paula se viu com o Guilherme sozinha... Conversando com um gin tônica na mão, o terceiro da noite:
- Tanto lugar na balada, e você tinha que ficar aqui do meu lado?
- É que eu queria atrapalhar.
- Conseguiu. O que mais você quer agora?
- Ir embora com você...
Nesse momento um filme com a história dos dois passou na cabeça da Paula, mas ela não prestou atenção, estava beijando o Guilherme...
No carro indo pra casa dele a tensão e o tesão eram enormes, finalmente eles iam fazer o que sabiam fazer muito bem, sem culpa sem problemas e sem pensar no amanhã... Ia ser ótimo e ambos iam lavar a alma de um passado conturbado e nem se ligar no dia seguinte.
Ia ser ótimo... Ia, no passado mesmo, vocês entenderam bem! Sim, porque no meio da coisa, com tudo conturbado como estava sendo, ela de calcinha, ele de cuecas, a Paula escuta um:
- Vai começar tudo de novo, né? Se veste. Eu vou te levar pra casa!
- Que? - isso só podia ser ou efeito do gin, ou o fato de ele ter achado que ela engordou.
- Eu não quero que comece de novo, eu vou te levar embora. Se veste!
Foi mais ou menos nessa hora que tudo ficou preto, e a Paula bateu no Guilherme. Bateu não! Ela socou o Guilherme. Socou mesmo, sem dó e pra valer.
Numa mistura de choro e gritos irados eu fiquei sabendo dessa história as 5h da manhã, com a Paula pendurada no telefone, enquanto provavelmente, em algum lugar de São Paulo o Guilherme pensava em como curar um olho roxo. A Paula jura que esse foi o fim da história deles, mas com certeza o Guilherme agora está sabendo que pra certas coisas , é melhor chegar ao fim do que parar no meio...

Wednesday, January 21, 2009

SÃO PAULO FASHION WICKED

Eis que está tudo bem e tranquilo. Você consegue sair as 6h sem pegar trânsito, consegue chegar à academia com tempo, consegue ir aos restaurantes legais sem fazer reservas, consegue entrar num café bacanudo num domingo à tarde e fumar um cigarro conversando sobre futilidades até que, aparecem elas: As Bruxas do Fashion Week.
Me desculpe quem trabalha com moda, mas esse povo não dá. Eu gosto de moda, amo! Gasto com isso, sou consumidor, entendo um pouco e eu até dou meus pitacos, mas por que elas são assim? As mulheres da moda são as Bruxas da sociedade moderna! Elas metem o pau em todo mundo, acabam com as coleções dos estilistas, falam que as modelos estão gordas, dizem que a carreira de não sei quem acabou, te olham de cima abaixo e esquecem de se olhar no espelho...
Sim, por que o que são aquelas mulheres?
Sempre descabeladas, sempre com alguma coisa pendurada de tecido como se tivessem saído de um atelier faz pouco, as gordas sempre com coisas amarradas, as magras sempre parecendo drogadas, todas sempre de saco cheio, sempre mal-humoradas, sempre de cara fechada e sempre te medindo, como se você tivesse vestido igual a elas.
E então, desde o dia que isso tudo começa, você não consegue mais continuar jantando gostosinho no Spot depois do final do último desfile. Porque elas entram, montadas em suas bolsas maiores que elas, com as sobrancelhas arquedas e ancoradas num séquito em formação de pato, que se prostra do lado da sua mesa e além de provavelemente te criticarem pela sua roupa, vão te recriminar por comer.
Aguardo asiosamente o final da temporada das Bruxas, que deve se dar lá pelo domingo... Mas então será a semana dos duendes voltarem às aulas, e aí adeus tranquilidade!

Friday, January 16, 2009

A MINHA FAVORITA

Quem mora sozinho adquire certos vícios que são difíceis de largar. Atualmente o meu vício é chegar da academia, acender um cigarro e ver a Flora fazer maldade na TV. Sou fã da Flora, gosto dela, seria amigo dela, e fiquei morrendo de dó quando a Gordatella disse que não gostava dela e rasgou a Maria Balinha.
Obviamente não é o fato da Flora ser uma assassina que me faz gostar dela, e sim o fato de ela ser o único ser pensante em uma novela com quase 300 personagens. Se eu vivesse como ela cercado de gente burra e estúpida eu também mataria as pessoas como se elas fossem formigas. É compreensível! Ninguém suportaria tanta ignorância, tanta burrice, tanta falta de comunicação sem ter uma atitude de no mínimo violência perante as antas.
Só sei que à partir de amanhã vou ter que viver sem a Floreta e tentar me ocupar com alguma coisa que tenha um visgo a mais de cultura, e que de alguma forma não me faça ir dormir com raiva da estupidez que os autores de novela resolvem imputar em seus personagens.
Mas eu estou sendo injusto, João Emanuel Carneiro foi um autor genial, que na minha leiga opinião mudou o jeito de se fazer novela não mostrando quem era a vilã logo de cara, fazendo o público parar o que estava fazendo pra ver o julgamento da Gordatella, a morte do Gonçalo e o dia da vingança... Hoje Beijinho Doce toca em pistas de dança de todo o país e não sai da cabeça de mais ninguém, e quando aparece em algum lugar é possível ver todas "as boquinhas mexendo" enquanto a música toca.
Enfim, não queria que a Flora morresse mas acho que a minha Favorita não vai escapar desse final... Só sei que pensando como a Flora, bem que ela poderia levar junto com ela, o Zé Bobo, a Véia Tarada, a Gordatella e o Cassianjo pra ver se aumenta o Q.I. do horário nobre no Brasil. Ahhh eu também não posso me esquecer de pedir pra Flora levar com ela a Lara, porque na boa, "ô menina pra gritar"...

Thursday, January 15, 2009

DOR DE BOLSO

Já aconteceu de você pensar em comprar alguma coisa, tirar um extrato e reparar que você não tem nenhum centavo? Pois é, isso me aconteceu hoje! E não é nenhum centavo assim no figurativo... É nenhum centavo mesmo! Nem pra remédio, nem pro cigarro, nem pra encher a cara no bar, nem pra uma uma última esbórnea antes do mundo acabar... Dinheiro pra nada! Aí perguntam:
- Nossa!! Mas você gastou os tubos nas férias?
- Não!
- Tá comprando apartamento?
- Não!
- Comprou carro? Moto? IPhone? Computador novo? Tá pagando alguma viagem? Fazendo algum tratamento estético? Fez plástica?
- Não, não, não, não, não, não, não!!! Não fiz nada disso e estou pobre! Em ruinas! Falido!
- Como assim? Olha direito! Você deve ter gastado em alguma coisa e não percebeu...
- Tô olhando! Veja, aluguel, supermercado, plano de saúde, professora de inglês, material de limpeza, tv a cabo, internet, telefone, luz, IPTU, empregada, parcela da bicicleta, duas idas ao cinema, dois janteres baratinhos, nada de extra...
- Credo!
- Credo o que?
- Credo, ué!
- Eu te falo que estou abrindo concordata e você me fala "credo"?
- Claro! Isso é pobreza! Pobreza séria! Pobreza de terceiro grau! Se você cortar alguma dessas coisas, vai mudar de classe social e aí já viu...
- Já viu o que?
- Nós vamos ter que deixar de ser amigos! Ou você acha que eu vou ficar andando com gente de nível mais baixo?
Agora aguenta essa, além de ir pra base da pirâmide, ainda tenho que trocar as amizades!