tag:blogger.com,1999:blog-138605742024-03-13T12:07:53.836-03:00Que parte você perdeu?As angústias e agruras de um homem metropolitano, beirando a casa dos trinta, se jogando na casa dos vinte e com a cabeça na casa dos quinze.Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.comBlogger109125tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-635426774541487652009-03-13T11:06:00.003-03:002009-03-13T12:10:27.689-03:00<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:large;">HOJE É CARNAVAL</span></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pronto ela se fudeu! Deixou tudo pra última hora e teve que passar o Carnaval em São Paulo mesmo, sem blocos na rua, sem trio-elétrico, sem escola de samba e sem camarote de graça no Anhembi. Se fudeu! E o pior de tudo é que ainda iria estar sozinha.</div><div style="text-align: justify;">Suas resoluções não foram muito originais mas, com certeza foram pra lá de inteligentes. Ela comprou alguns DVD's, dois livros, algumas comidinhas intessantes, um pacotinho de "blondor" enfim, coisas pra se ocupar, e não sofreu.</div><div style="text-align: justify;">O Carnaval estava indo de vento em popa... Ótimo! Um tempo pra ela era o que ela precisava. Numa hora de angústia, foi até a casa vazia da mãe, que como o Brasil inteiro também estava viajando, roubou o video-game do irmão e começou a matar Zumbis. Matou muitos, vários, todos eles... e foi.</div><div style="text-align: justify;">Estava se virando bem, até faltar leite de coco e ela precisar ir dar uma passadinha no Santa Luzia na tarde de segunda. Entre o corredor de geléias e a parte de temperinhos ela encontrou uma amiga que ela não via faz muito:</div><div style="text-align: justify;">- Não acredito!</div><div style="text-align: justify;">- Nem eu! Não acredito que você está passando o Carnaval em São Paulo.</div><div style="text-align: justify;">- Tô! E tô feliz! Pensei que ia ser solitário, mas tô bem...</div><div style="text-align: justify;">- Você está em São Paulo sozinha? Para! Isso tem nome?</div><div style="text-align: justify;">- Não! Não tem não... Não é homem não!</div><div style="text-align: justify;">- A gente tem que sair hoje! Você vai numa festinha comigo! Tem que sair! Vai ser ótimo!</div><div style="text-align: justify;">E na hora marcada ela estava pronta esperando a amiga passar na casa dela. A festa era doidinha, monte de gente que não combinava. Sobreviventes de um Carnaval em São Paulo. No meio deles estava ele. Ela olhou, ele olhou. Conversaram... Ela não prestou muita atenção, já estavam bêbados. Transaram loucamente a noite toda. Ela adorou, ele também afinal era Carnaval. Quando ela acordou na casa dele na terça, percebeu que tinha tido uma das melhores transas da sua vida, com o cara mais chato do mundo.</div><div style="text-align: justify;">Não isso não era brincadeira, ele era realmente a pessoa mais chata do mundo. Ele tinha um emprego bom, era bonito, educado, mas era chato. Muito chato, chatíssimo. Se a chatice dele fosse uma personalidade, ela seria a Madonna. Quando ele pediu o telefone, ela deu um número. Não o dela, um outro. E ela finalmente começou a entender os homems... Graças a um Carnaval em São Paulo.</div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-81520044277173681092009-02-16T16:43:00.003-03:002009-02-16T17:12:35.688-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">PEQUENOS ENCONTROS</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">A Adriana estava conversando com o Silvio fazia tempo na internet, papo vai, testemunhal no orkut vem, volta uma piadinha no msn e os dois começaram a pensar em se conhecer. Ligaram a camera e foi só alegria, ambos não mentiram, nem usaram o Photoshop e pra uma sexta enfim, marcaram a data do encontro.<br />Iriam se encontrar numa baladinha que a Adriana sempre ia com as amigas, se o cara fosse péssimo ela teria outras opções, se fosse bom ela beijaria e se fosse um maníaco as amigas estariam lá pra ajudar. Na hora e no dia marcado a Adriana posava de sentinela, com o olho vidrado na balada procurando o Silvio.<br />Como o Silvio estava demorando a aparecer, e as amigas da Adriana já estavam se dando bem ela resolveu pegar um drink, que logo se transformou em dois, três, cinco... até que ela sentiu um puxão no braço: "Adriana!?". Ela virou louca pra achar ali o cara que fazia tempo ela queria encontrar, mas não viu nada, até olhar pra baixo...<br />Sim o Silvio era uns 25 centímeros mais baixo que ela... Não que a Adriana fosse alta, e nem que homens mais baixos fossem um problema pra ela, não eram, até ela encontrar o Silvio. Como pode ser tão tapada! Nunca tinha perguntado a altura dele! O sorriso amarelo foi a única resposta que o cérebro dela achou naquela hora:<br />- Ahhh! Já sei! Você não gostou...<br /><div style="text-align: justify;">- Eu? Não, imagina Silvio... Não é isso não!! Adorei!<br /></div></div><div style="text-align: justify;">- Puxa que bom!! Eu também adorei você! - e já veio abraçando...<br />- Que legal! - disse a Adriana tentando se livrar do abraço. - Que bom que a gente se gostou né? Mas eu estou tão cansada hoje...<br />- Tudo bem, eu também estou... Podemos sair daqui e ir tomar alguma coisa...<br />- Melhor não eu já tomei demais.<br />- Um café.<br />- Melhor não!<br />- Poxa eu vim de tão longe pra te encontrar...<br />- É verdade... Liliput fica mesmo do outro lado do mundo.<br />Ao dizer isso a Adriana levou as mãos a boca, mas já era tarde demais. As palavras e a piada sairam sem pensar direto pro coração do jovem doende, que virou as costas e saiu sem deixar vestígios, sem nem mesmo precisar dizer seu nome ao contrário...<br />A Adriana ficou uns 15 minutos parada, tentando entender o motivo da sua frieza e da maldade da sua piada. Não entendeu, tentou se desculpar sem sucesso e até agora está pensando de que parte dela que saiu aquela flecha. Vai entender...<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-10031232877057010822009-02-10T16:09:00.002-02:002009-02-10T16:30:48.924-02:00<div style="text-align: justify;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">QUANTO TEMPO FAZ</span></span><br /><br />Eu sei que é feio escutar conversa dos outros, mas tem horas que não dá... Quando o papo é baixaria, eu me torno uma espécie de minha mãe e vou embora no papo alheio. Duas mulheres, até que bonitas, sentadas na minha frente no avião:<br />- Nossa!<br />- Nossa o que?<br />- Meu só de entrar em avião eu penso em quanto tempo faz que eu não vejo um pinto!<br />- O que isso tem a ver?<br />- A última vez que eu vi um pinto foi quando eu fui pra Nova York, em novembro.<br />- Ishhh, nem te falo da minha vida então.<br />- Por que, faz mais tempo?<br />- Lembra quando eu fui a Espanha em outubro? Outubro? Estamos em fevereiro, faça as contas...<br />- Affff... Bom, ando tão desesperada que tem certos momentos que eu penso em pagar um cara. Pagar mesmo, um daqueles bem fetiche. Só pra ele me mostrar, deixar eu pegar e eu falar tchau.<br />- Ahhh não, se eu estiver pagando ainda tem que dizer que me ama.<br />- É! Boa! Tem que dizer que me ama... Depois ir embora e me ligar no dia seguinte. Só pra dizer que está com saudade.<br />- Posso falar? Isso eles não fazem nem pagando.<br />- Mas eu ia fazer assim: Pagava primeiro pela pegada, vistoria e diálogo e depois pagava pela ligação do dia seguinte.<br />- Boa tática!<br />- Eu sou boa nisso!<br />- Mas, agora sério... Você teria coragem?<br />- Só pra zerar o cronometro? Sim, acho que teria...<br />- É?<br />- É. Acho que sim... Quer dizer, sei lá... Se eu estivesse desesperada.<br />- Mas você não disse que estava desesperada?<br />- Mas não a esse ponto! Muito deprê!<br />- Também acho.<br />- Antes disso eu toparia até ligar pro Chicão!<br />- Credo!!<br />- Ahh sei lá, pelo menos eu não teria que pagar pra ele dizer que me ama!<br />Depois disso as moças foram em silêncio absoluto até o Rio de Janeiro. Se a viagem fosse até Palmas, eu acho que saberia mais...<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-49507997811552346282009-02-02T14:33:00.004-02:002009-02-03T00:29:39.934-02:00<div style="text-align: justify;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">PARAR NO MEIO</span></span><br /><br />Tem certas coisas na vida que não podemos dessitir de fazer depois de um determinado momento. Saltar de paraquedas, andar em uma montanha russa alucinate ou pintar sozinho o seu apartamento são algumas delas... Não dá pra desistir, começou tem que ir até o fim. Deviam ter contado isso pro Guilherme!<br />A Paula conheceu o Guilherme num desses momentos da vida que era melhor continuar sozinha do que conhecer alguém. Mas fazer o que? Ela o conheceu e pronto. Ficaram uma, duas, dúzias de vezes e tiveram dezenas, centenas e milhares de problemas. Tudo que no começo dos dois foi bacana, depois de um tempo azedou, estragou ou virou merda... Eles não davam certo e pronto! Sempre que tentavam, que se encontravam ou ficavam, o final era sempre o pior.<br />O tempo passou, não se viram por um par de anos, um namorou umas, outra outros e numa bela noite a Paula tava lá: toda se esfregando na parede da boate com um peguete, quando o Guilherme apareceu!<br />Entre um beijo e outro a Paula olhava pra ver se o Guilherme continuava lá, pra ver se ele tinha visto ela com o cara, e sim, ele ainda estava lá e sim, estava olhando pra ela com o cara. Foi num segundo que o peguete deu um tempo que o Guilherme se aproximou e comprimentou a Paula e o cara. Conversaram civilizadamente, o Guilherme se afastou, mas continuou olhando... Foi num golpe de mestre do destino o peguete saiu de cena e a Paula se viu com o Guilherme sozinha... Conversando com um gin tônica na mão, o terceiro da noite:<br />- Tanto lugar na balada, e você tinha que ficar aqui do meu lado?<br />- É que eu queria atrapalhar.<br />- Conseguiu. O que mais você quer agora?<br />- Ir embora com você...<br />Nesse momento um filme com a história dos dois passou na cabeça da Paula, mas ela não prestou atenção, estava beijando o Guilherme...<br />No carro indo pra casa dele a tensão e o tesão eram enormes, finalmente eles iam fazer o que sabiam fazer muito bem, sem culpa sem problemas e sem pensar no amanhã... Ia ser ótimo e ambos iam lavar a alma de um passado conturbado e nem se ligar no dia seguinte.<br />Ia ser ótimo... Ia, no passado mesmo, vocês entenderam bem! Sim, porque no meio da coisa, com tudo conturbado como estava sendo, ela de calcinha, ele de cuecas, a Paula escuta um:<br />- Vai começar tudo de novo, né? Se veste. Eu vou te levar pra casa!<br />- Que? - isso só podia ser ou efeito do gin, ou o fato de ele ter achado que ela engordou.<br />- Eu não quero que comece de novo, eu vou te levar embora. Se veste!<br />Foi mais ou menos nessa hora que tudo ficou preto, e a Paula bateu no Guilherme. Bateu não! Ela socou o Guilherme. Socou mesmo, sem dó e pra valer.<br />Numa mistura de choro e gritos irados eu fiquei sabendo dessa história as 5h da manhã, com a Paula pendurada no telefone, enquanto provavelmente, em algum lugar de São Paulo o Guilherme pensava em como curar um olho roxo. A Paula jura que esse foi o fim da história deles, mas com certeza o Guilherme agora está sabendo que pra certas coisas , é melhor chegar ao fim do que parar no meio...<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-30406293405916324232009-01-21T11:07:00.002-02:002009-01-21T11:30:51.099-02:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">SÃO PAULO FASHION WICKED</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Eis que está tudo bem e tranquilo. Você consegue sair as 6h sem pegar trânsito, consegue chegar à academia com tempo, consegue ir aos restaurantes legais sem fazer reservas, consegue entrar num café bacanudo num domingo à tarde e fumar um cigarro conversando sobre futilidades até que, aparecem elas: As Bruxas do Fashion Week.<br />Me desculpe quem trabalha com moda, mas esse povo não dá. Eu gosto de moda, amo! Gasto com isso, sou consumidor, entendo um pouco e eu até dou meus pitacos, mas por que elas são assim? As mulheres da moda são as Bruxas da sociedade moderna! Elas metem o pau em todo mundo, acabam com as coleções dos estilistas, falam que as modelos estão gordas, dizem que a carreira de não sei quem acabou, te olham de cima abaixo e esquecem de se olhar no espelho...<br />Sim, por que o que são aquelas mulheres?<br />Sempre descabeladas, sempre com alguma coisa pendurada de tecido como se tivessem saído de um atelier faz pouco, as gordas sempre com coisas amarradas, as magras sempre parecendo drogadas, todas sempre de saco cheio, sempre mal-humoradas, sempre de cara fechada e sempre te medindo, como se você tivesse vestido igual a elas.<br />E então, desde o dia que isso tudo começa, você não consegue mais continuar jantando gostosinho no Spot depois do final do último desfile. Porque elas entram, montadas em suas bolsas maiores que elas, com as sobrancelhas arquedas e ancoradas num séquito em formação de pato, que se prostra do lado da sua mesa e além de provavelemente te criticarem pela sua roupa, vão te recriminar por comer.<br />Aguardo asiosamente o final da temporada das Bruxas, que deve se dar lá pelo domingo... Mas então será a semana dos duendes voltarem às aulas, e aí adeus tranquilidade!<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-86291681308505095112009-01-16T11:18:00.002-02:002009-01-16T12:02:36.464-02:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">A MINHA FAVORITA</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Quem mora sozinho adquire certos vícios que são difíceis de largar. Atualmente o meu vício é chegar da academia, acender um cigarro e ver a Flora fazer maldade na TV. Sou fã da Flora, gosto dela, seria amigo dela, e fiquei morrendo de dó quando a Gordatella disse que não gostava dela e rasgou a Maria Balinha.<br />Obviamente não é o fato da Flora ser uma assassina que me faz gostar dela, e sim o fato de ela ser o único ser pensante em uma novela com quase 300 personagens. Se eu vivesse como ela cercado de gente burra e estúpida eu também mataria as pessoas como se elas fossem formigas. É compreensível! Ninguém suportaria tanta ignorância, tanta burrice, tanta falta de comunicação sem ter uma atitude de no mínimo violência perante as antas.<br />Só sei que à partir de amanhã vou ter que viver sem a Floreta e tentar me ocupar com alguma coisa que tenha um visgo a mais de cultura, e que de alguma forma não me faça ir dormir com raiva da estupidez que os autores de novela resolvem imputar em seus personagens.<br />Mas eu estou sendo injusto, João Emanuel Carneiro foi um autor genial, que na minha leiga opinião mudou o jeito de se fazer novela não mostrando quem era a vilã logo de cara, fazendo o público parar o que estava fazendo pra ver o julgamento da Gordatella, a morte do Gonçalo e o dia da vingança... Hoje <span style="font-style: italic;">Beijinho Doce</span> toca em pistas de dança de todo o país e não sai da cabeça de mais ninguém, e quando aparece em algum lugar é possível ver todas "as boquinhas mexendo" enquanto a música toca.<br />Enfim, não queria que a Flora morresse mas acho que a minha Favorita não vai escapar desse final... Só sei que pensando como a Flora, bem que ela poderia levar junto com ela, o Zé Bobo, a Véia Tarada, a Gordatella e o Cassianjo pra ver se aumenta o Q.I. do horário nobre no Brasil. Ahhh eu também não posso me esquecer de pedir pra Flora levar com ela a Lara, porque na boa, "ô menina pra gritar"...<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-21623799408859911152009-01-15T00:32:00.002-02:002009-01-15T00:51:16.015-02:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">DOR DE BOLSO</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Já aconteceu de você pensar em comprar alguma coisa, tirar um extrato e reparar que você não tem nenhum centavo? Pois é, isso me aconteceu hoje! E não é nenhum centavo assim no figurativo... É nenhum centavo mesmo! Nem pra remédio, nem pro cigarro, nem pra encher a cara no bar, nem pra uma uma última esbórnea antes do mundo acabar... Dinheiro pra nada! Aí perguntam:<br />- Nossa!! Mas você gastou os tubos nas férias?<br />- Não!<br />- Tá comprando apartamento?<br />- Não!<br />- Comprou carro? Moto? IPhone? Computador novo? Tá pagando alguma viagem? Fazendo algum tratamento estético? Fez plástica?<br />- Não, não, não, não, não, não, não!!! Não fiz nada disso e estou pobre! Em ruinas! Falido!<br />- Como assim? Olha direito! Você deve ter gastado em alguma coisa e não percebeu...<br />- Tô olhando! Veja, aluguel, supermercado, plano de saúde, professora de inglês, material de limpeza, tv a cabo, internet, telefone, luz, IPTU, empregada, parcela da bicicleta, duas idas ao cinema, dois janteres baratinhos, nada de extra...<br />- Credo!<br />- Credo o que?<br />- Credo, ué!<br />- Eu te falo que estou abrindo concordata e você me fala "credo"?<br />- Claro! Isso é pobreza! Pobreza séria! Pobreza de terceiro grau! Se você cortar alguma dessas coisas, vai mudar de classe social e aí já viu...<br />- Já viu o que?<br />- Nós vamos ter que deixar de ser amigos! Ou você acha que eu vou ficar andando com gente de nível mais baixo?<br />Agora aguenta essa, além de ir pra base da pirâmide, ainda tenho que trocar as amizades!<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-57349180495786197552008-09-30T17:49:00.000-03:002008-09-30T18:11:48.095-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">O NADA</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Tudo que sobe, desce, tudo que é quente um dia esfria e tudo que começa, acaba... e dá lugar ao nada.<br />Simples assim, como uma verdade absoluta, um dia eu levanto da cama disposto a acabar com tudo. Se alguém me traiu? Não que eu saiba. Se a gente brigou? Não que eu tenha notado... O que foi então? Nada... Acho que é justamente isso, não foi nada! O nada chegou no meio da gente e disse "oi, eu vim pra ficar".<br />O nada é um negócio sério, faz perecer um relacionamento em segundos. Quando eu dei por mim, já não me interessava em contar nada, em compartilhar nada e o que é pior em escutar nada. O nada me cegou de tal maneira que eu só enchergava ele, fato que me deixou até um pouco apático, diante do que estava acontecendo:<br />- O que é que você tem?<br />- Nada.<br />- O que você quer fazer?<br />- Nada.<br />- Você comeu alguma coisa?<br />- Nada.<br />Acho um pouco óbvio que as duas pessoas são culpadas quando o nada se instala no meio da relação delas, mas na maior parte do tempo, acho que eu que o estava convidando a entrar... Se eu entendo por que fiz isso? Não! Se eu entendo ao menos o que me aconteceu? Também não!<br />A única coisa que eu vejo é uma série de pequenas fissuras que um dia deixaram o vaso quebrar e espalhar nada por todo que é lugar!<br />Faltou assunto eu acho. Faltou referência e admiração, o resto a gente tinha. Mas pensando bem... quem não tem assunto, tem alguma coisa? Acho que nada...<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-12962100646634155332008-08-28T16:25:00.001-03:002008-08-28T16:45:02.649-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">AGENDAS</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Hora do almoço, uma quinta-feira comum, o celular toca:<br />- Oi, nega!<br />- Oi amor... Tudo bem? Quer ir almoçar comigo?<br />- Não posso. Tenho aquela reunião que eu te falei... Ainda tenho que entregar uns arquivos no fim da tarde e arranjar um tempo pra ir ao banco.<br />- Hoje é o aniversário da sua amiga né?<br />- É. Lá pelas dez horas eu te encontro na frente do teu curso e a gente vai de lá. Tô tão cansado... Esse fim-de-semana nós vamos ficar tranquilos né? Só nós dois?<br />- Vamos claro! Mas amanhã tem a despedida da Bia sua amiga e depois o aniversário do meu chefe.<br />- Ahh é! E minha mãe está me cobrando um almoço, vou almoçar com ela no Sábado. Sábado você trabalha?<br />- Trabalho, mas é só até as cinco. Depois a gente não vai no lancamento do livro do meu amigo? A gente pode ficar sem fazer nada a noite...<br />- A noite não vai dar... Tem o aniversário do Thales e a festa do João que vai chegar de viagem.<br />- Domingo então...<br />- Domingo você vai almoçar com a sua mãe e eu vou no churrasco do pessoal da faculdade...<br />- Isso sem contar que domingo a noite é a última apresentaçnao da peça do Bruno e ele mata a gente se não aparecermos por lá.<br />- E segunda?<br />- Segunda você tem inglês e eu tenho curso de novo...<br />- E dezembro? Em dezembro vamos conseguir ficar só nós dois?<br />- É... acho que sim... Pra dezembro eu não tenho nada marcado.<br />- Que bom, até lá a gente pode se ver nos intervalos das séries de musculação na academia.<br />- Boa! Falando nisso, já que você não vai almoçar comigo eu vou à academia na hora do almoço. Beijo gato! Até a noite.<br />- Beijo!<br />Começo a entender quem tem icompatibilidade de agendas... Sorte que ainda estamos nos encaixando um na agenda do outro.</div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-27690221233413818602008-08-14T12:10:00.002-03:002008-08-14T12:41:04.380-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">NÃO SEI</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Então em um belo dia, acontece tudo como sempre acontece, só que com uma diferença: você passa a ir às festinhas acompanhado, sempre com a mesma pessoa. Isso não aconteceu por pressão, nem por falta de locomoção... Você começa a ser visto em público sempre com alguém que você não conhecia antes, que passou a conhecer e que passou a dormir com você, te contar o dia dela, mandar mensagens bonitinhas... Essa sua nova companhia além disso gosta de alguns defeitos seus, acha o seu beijo incrível, acha bonitinho você tremer o pé pra dormir, gosta da sua comida, te liga do nada pra falar nada e você acha legal, dorme no seu peito quando não entende o filme e te chama de um apelido que só vocês entendem. É mais ou menos nessa hora, que entram os amigos:<br />- Oooooooooi - dizem os amigos, sempre encompridando o "o".<br />- Oi - você responde, depois de fingir que ninguém está te olhando com cara de eu-sei-que-vocês-estão-namorando-mas-ainda-não tiveram-aquela-conversa. Até que alguém pergunta...<br />- Escuta - como se fosse falar do tempo - Vocês estão namorando?<br />- Não sei - você responde com medo.<br />- Não sei também - do outro lado a insegurança também é clara.<br />- Ahhh, ainda não tiveram aquela conversa?<br />- Não! Quer dizer, que conversa? Não, acho que não... Ou já? Já tivemos?<br />- Não, acho que não! Conversa?<br />- Ahh então está na hora de ter! Vamos lá! Tenham! Não doi nada ter "a conversa". Vamos nós não temos a festa toda! - e seus amigos, como uma corja de idiotas, se prostram na sua frente e se montam como uma platéia de circo de horror, só que com os olhinhos apaixonados.<br />Você resolve que não há saída e pergunta:<br />- A gente tá namorando?<br />- Não sei! Acho que estamos... Estamos?<br />- Não sei, acho que estamos... Então vamos dizer que estamos?<br />- Vamos?<br />- Ahhh, namora comigo então?<br />- Tá! Namoro!<br />Preciso dizer a cara dos amigos nessa hora? Não, né? Se bem que se for pensar bem, eu não sei. Porque estava olhando pra outro lugar!<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-87609867712114668372008-07-10T11:51:00.001-03:002008-07-10T13:47:14.760-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">JUNTAR AS ESCOVAS</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Tarde de sábado, dia lindo e frio, você arrumando umas gavetas, toca seu telefone:<br />- Oi!<br />- Oi! Tudo bem? Você tá ocupado?<br />- Um pouco, mas pode falar... Estou arrumando umas gavetas.<br />- Arrumando gavetas? Com um dia desses? Só você mesmo... O que aconteceu? Colocaram as meias no lugar errado?<br />- Não... É que a moça passou as camisetas diferente do que estão na pilha... Acho que ela esqueceu de usar o gabarito que eu dei pra ela... Estou dobrando todas do mesmo tamanho... Ahh vc me conhece. Mas fala! Tá tudo bem?<br />- Tá sim... Quer dizer... Eu queria conversar com você...<br />- Ai que medo desse "quer dizer"! Conversa! Aconteceu alguma coisa? Quer vir pra cá?<br />- Bom, na verdade quero sim... Foi por isso que eu liguei...<br />- Então vem. Vem agora! Você está me deixando preocupado...<br />- Agora eu não vou... Posso ir daqui uns 20 dias?<br />- Que?<br />- É... Ir daqui uns 20 dias e ficar por seis meses?<br />- QUE? Como assim? Quer pelo amor de Deus dizer coisa com coisa? Você tomou algum remédio forte? Bateu a cabeça? Sua vista está escura?<br />- Péra Zagaia... Vou te explicar... Meu contrato de aluguel acabou, eles subiram muito o preço de onde eu estou morando. O apartamento que eu estou comprando só fica pronto em janeiro. Eu queria que você me deixasse morar com você por 6 meses... É isso...<br />- Nossa! Hãaa! Claro! Tudo bem... Mas como assim? Desculpa, você me pegou muito desprevinido. Morar comigo? Você sabe como eu sou neurótico? Eu arrumo gavetas em um dia como hoje! Eu tenho uma esponja pra cada tipo de louça! Eu separo meias e cuecas por cor, eu lavo todas as roupas separadas de acordo com que está escrito na etiqueta, eu faço arroz e feijão pra semana inteira as 3 horas da manhã, eu faço tortas e bolos quando eu estou com tédio, meu guarda-roupa é em degradê, eu uso o vaporeto no sofá, eu tiro o pó antes de a moça vir porque eu acho que ela não liga pra isso, eu muitas vezes refaço o trabalho dela e eu fico doente quando tiram minhas coisas do lugar! Você tem certeza que quer morar comigo? Eu vou transformar sua vida em um inferno!<br />- Tudo bem...<br />- Tudo bem? Eu te conto minhas piores manias e você fala "tudo bem"?<br />- Ah Zá... Tudo bem... Eu quero assim mesmo...<br />- É?<br />- É...<br />- Mesmo tendo tudo isso de ruim?<br />- Sim. Sabe por que?<br />- Porque você bebe?<br />- Não. Porque você é meu amigo e a gente vai superar isso tudo.<br />Fofo né? Primeiro de agosto eu vou ter um roommate.</div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-55912786536222585022008-06-13T14:53:00.002-03:002008-06-13T16:29:47.074-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">A CUECA FANTASMA</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Semana passada eu tive um hóspede, um amigo estava reformando o apartamento dele e resolveu trocar o horror de uma obra, por uma boa companhia e risadas até cair no sono. Eu nunca tinha hospedado ninguém na vida e não sabia como me portar, o que oferecer, então fiz como a minha mãe, enchi a geladeira de doces, tortas, e bolos e achei que estava tudo bem. Nem preciso dizer que sobrou muita comida ao final dessa semana e que nós pouco nos vimos, há não ser pelas risadas que realmente rolavam até cairmos no sono.<br />Essa semana, o anjo que trabalha em casa foi lá no dia de costume, pra botar em ordem a casa depois que dois homens dividiram o apartamento. Quando eu cheguei do trabalho havia um bilhete com uma cueca em cima da cama: "seu amigo deve ter esquecido essa cueca", dizia o bilhete. Sim obviamente aquela cueca não era minha, ainda bem que o Anjo tem noção, ela não entraria nem na minha coxa. Liguei pro meu amigo e falei:<br />- Oi Nego, você esqueceu uma cueca aqui em casa.<br />- Eu? Eu não senti falta de nada...<br />- É mas tá aqui... É uma preta, com uma etiqueta da bandeira da Suiça.<br />- Bandeira da Suiça?<br />- É... Quando a gente se encontrar eu te levo a cueca.<br />- Como bandeira da Suiça?<br />- Como assim? Uma bandeira da Suiça, na etiqueta... Uma cueca preta com a bandeira da Suiça!<br />- Zagaia... - houve uma pausa dramática - Essa cueca não é minha...<br />Sim, eu me senti como naqueles episódios das histórias de terror que o Mário Lago apresentava no Fantástico, onde a "mãe da Berenice" levava flores pra alguém e uma outra pessoa acabava dizendo que a "mãe da Berenice" já havia morrido.<br />- Como não é sua? Como que uma cueca que não é minha veio aparecer na minha casa? Se a "moça" que trabalha aqui estivesse lavando roupa pra outros moradores do meu prédio ela não ia se denunciar me mostrando a cueca... e isso também não pode ter caido na minha área de serviço... tem uma rede lá!<br />- É Zagaia, eu sei... Você não levou ninguém aí? Alguém pode ter esquecido...<br />- Como assim? Você está achando que eu organizei uma suruba na minha casa? E alguém por acaso acabou esquecendo a cueca? Isso é impossível, ninguém entrou aqui nesses dois meses! Que juízo você está fazendo de mim?<br />- O de alguém que se diverte... Bom, deixa eu desligar que eu estou entrando na academia... Boa sorte com o "mistério da cueca".<br />Pode? O cara mora comigo por uma semana e ainda duvida da minha boa reputação? Até o final desse post, o <span style="font-style: italic;">Mistério da Cueca Fantasma </span>ainda não teve solução...<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-87646027862128727092008-05-16T00:40:00.000-03:002008-05-16T01:01:27.470-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">QUEM RECLAMA...</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Faz algum tempo, postei uma história sobre o barulho que meus vizinhos do 81 faziam ao transar no meio da madrugada. Achei que isso me incomodava... Ledo engano.<br />Os antigos vizinhos foram perturbar outros mortais com suas noites de sexo alucinantes, o 81 ficou desalugado meses, passando por reformas que tiravam o meu sono aos sábados de manhã, até que um novo casal mudou para o famigerado apartamento em cima do meu. Nos primeiros dias claro, eles tinham acabado de mudar, era normal fazerem muito barulho, dei um desconto. Aí veio o feriado, eu viajei, nem liguei se eles pularam até cair dentro da miha sala, mas ao chegar na segunda a noite senti que o barulho de 'estamos mudando' ainda se fazia presente.<br />Manhã de terça, 7h15: Um saltinho frenético passeava em cima da minha cabeça. Não é analogia não, é em cima da minha cabeça mesmo. Toc, toc, toc, algum tempo no lugar, toc, toc, toc, outra paradinha. Eu podia saber onde a desgraçada estava. Se estava no banheiro, na sala, cozinha, quarto. De repente ela deixou cair alguma coisa no banheiro, sim porque ela é estabanada, e eu a escutei catar coisa por coisa do que parecia ser um estojo de maquiagem.<br />Quando deu mais ou menos 15 para as 8 ela começou a corrrer, a maldita devia estar atrasada. E não parou mais de correr até as 8h15 mais ou menos. Sim eu acordo as 8, mas quem disse que eu gosto de acordar com um terremoto acontecendo no andar de cima? Isso vem se repetindo diariamente.<br />Além disso, quando eu chego da academia, morto de mal humor porque eu odeio ser obrigado pela sociedade a malhar, deve ser a hora que a desalmada treina com bolas de golf no chão da sala, sem me deixar ouvir o a Dra. Grey está dizendo na TV.<br />Sinto que meus dias de 'vizinho bacana' estão chegando ao fim, a 'Bruxa do 71' vai nascer com fúria e será odiada por 10 entre 10 moradores desse edifício. Quem mandou reclamar dos vizinhos que transavam? Pelo menos era divertido...<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-30614019869525146432008-05-09T17:27:00.001-03:002008-05-09T17:27:43.806-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">CLASSIFICAÇÃO DE FILMES</span></span><br /><br />Tarde chuvosa, nenhuma vontade de trabalhar, por volta das 5h. A conversa com um amigo rolava solta no MSN:<br /><br />Amigo: Você lembra de uma seriado que tinha uma bruxa? Que quando ela estava pra baixo, abria uma porta de onde saíam vozes gritando: "Linda! Gostosa!"? Gente assobiando? E de onde também vinham <span style="font-style: italic;">flashes</span> de câmeras?<br />Eu: Não! Mas bem que eu queria uma porta dessas em casa.<br />Amigo: Com todo mundo te chamando de gostoso? Só pra se jogar lá dentro né?<br />Eu: Ou pra puxar alguém pra fora. Eu não preciso de muito não. Uma pessoa só basta.<br />Amigo: Aí no dia seguinte você abre de novo a porta e troca, né?<br />Eu: Não... Eu pego amor! Eu sou daqueles que nunca devolvem os filmes no dia certo na locadora! Sempre devolvo com atraso.<br /><br />E foi aí que começou uma das melhores analogias que eu já tive com um amigo em uma conversa de MSN.<br /><br />Amigo: Quando devolve, né? Se o filme for muito do seu interesse você nem devolve.<br />Eu: É. Mas as vezes o filme foge. E volta pra prateleira, de onde nunca deveria ter saído. Tem filme que nasceu pra prateleira.<br />Amigo: Também tem aqueles que você assite uma vez, acha maravilhoso, e depois de 10 vezes não aguenta mais.<br />Eu: É! E tem filme fácil de esquecer, filme trash, filme melado demais, filme com mensagem subliminar.<br />Amigo: É tem mesmo! E tem também uns que são bem ruinzinhos, que a gente passa longe e aqueles que achamos tão bons que temos medo de ver!<br />Eu: Tem aqueles que você se apaixona, aqueles que você nunca mais esquece...<br />Amigo: Tem os de comédia, os de aventura... Os pornozinhos, que não são nada ruins, os tristes que te fazem chorar muito, os que te dão medo, os que te fazem rir. Tem os de arte, que você tem que colocar o óculos pra entender. Tem os clássicos, os mudos. Tem aqueles que o <span style="font-style: italic;">trailler</span> é muito bom, mas quando você vai assistir não tem conteúdo nenhum. Tem aqueles que do nada, você nem sabia que ia assistir e te surpreendem...<br />Eu: Tem aqueles que são previsíveis, que você já sabe onde vai dar. Tem os com muito efeito especial. Tem os filmes de viagem, os que duram um dia, os em tempo real...<br />Amigo: Tem aqueles que você não entende nada...<br />Eu: Tem os com final feliz...<br />Amigo: Tem aqueles que não tem final, os que tem continuação...<br />Eu: É, e que viram trilogias...<br />Amigo: Tem aqueles que você começa a assistir num dia, depois continua na outra semana e só vai terminar de ver depois de um mês.<br />Eu: Eu acho que já fui um desses, mas deixa pra lá... E tem também aquele que só serve pra te fazer esquecer o último filme que você viu. Aquele que volta lá sempre só pra dar uma assistidinha nas melhores partes.<br />Amigo: Tem mesmo! E tem também aqueles que está tudo pronto, pipoca comprada mas não tem filme.<br />Eu: E tem sempre aquele que ninguém nunca ouviu falar, ou não sabe o nome...<br />Amigo: É mas tem também aquele que todo mundo já viu! Os <span style="font-style: italic;">blockbusters</span>!<br />Eu: Ahhh esses sempre vão existir... Mas outros que também vão sempre existir são os filmes da nossa vida. Aqueles que a gente não esquece nunca, que sempre vai lembrar com carinho...<br /><br />Ruim catalogar seus relacionamentos como se catalogam filmes? Pois é, mas muitas vezes eles não são mais do que isso... Histórias pra contar.Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-830281746378588372007-11-12T14:24:00.000-02:002007-11-12T16:17:01.160-02:00<div style="text-align: justify;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">ENCONTRO ÀS CLARAS</span></span><br /><br /></div><div style="text-align: justify;">Domingo a noite. Lá pelas 10h30 da noite. Um casal de amigos ultra-apaixonado, com um papo engraçado. Uma pizzaria. Uma Coca Zero bem geladinha. E na sua frente, uma visão que você preferia não ter tido nem quando chegar ao inferno.<br /></div><div style="text-align: justify;">Você se transfigura, seus amigos notam, você sua frio, quer ir embora, mas é inevitável que algum deles olhe pra trás e também veja sua ex-namorada se pegando com um cara na mesa a sua frente. Tenha dó né? Com tanta pizzaria em São Paulo!<br /></div><div style="text-align: justify;">O casal amigo tenta desviar o assunto, falar de outras coisas mas você não vê mais nada além daquilo, nem mesmo o garçom com a sua pizza queimando a mão dele.<br /></div><div style="text-align: justify;">Depois de se distrairem com suas línguas e mãos em plena claridade, eles pagam a conta e ela finalmente te vê. Vem caminhando em sua direção seguida peo cara e diz:<br /></div><div style="text-align: justify;">– Oi!!! Absurdo!! Sumido! – ela está linda, muito mais que há um ano e meio atrás. Vocês se abraçam. Sua pele está um pouco verde, mas algumas pessoas preferem acreditar que é reflexo da escarola da pizza – Meu onde é que você andava, garoto? Faz séculos que eu não te vejo! Quando foi a última vez? A gente se encontrou no shopping né?<br /></div><div style="text-align: justify;">– Foi, isso mesmo! Tudo bem? E aí? Como vai a Marrie? – você retribui o abraço rezando pro cara ter explodido.<br /></div><div style="text-align: justify;">– Ahhh ela está bem... Fofa né? Isso é jeito de falar da sócia? A gente mudou de escritório agora, contratamos mais umas 3 meninas pra trabalhar com a gente. Tá indo super bem! E você? Como vai a sua empresa? E a... Roberta? – o cara chega e dá a mão pra ela no melhor estilo, xixi-pra-marcar-território. Ele também é lindo e você dá uma ligeira medida pra ver se a bebedeira do fim de semana aumentou seu peso.<br /></div><div style="text-align: justify;">– Tá bem... Tudo bem graças a Deus! Mudei de casa, tô morando aqui perto agora.<br />– Meu que legal! Perto do escritório também!! Sorte!<br />– É... Qualidade de vida! Muito bom! – o silêncio fica grande demais. Vem a hora que você temia...<br />– Ahhh esse é o Sergio, meu namorado – você aperta a mão do sujeito, e ele devolve o apertão bem apertado. Dessa vez é como se ele marcasse território no seu pé.<br />– Oi, tudo bem? – você diz.<br />– Esse é que é o Zagaia. – ela completa.<br />– Ahhhh sei... Tudo bom cara?<br />"Esse é que é o Zagaia"? Como assim "esse é que é"? Como assim "ahhh sei"? Dá vontade de gritar: "o que vocês andaram comentando de mim?". Mas você não grita. Nem bate nele, nem nela, nem joga Coca Zero na cara deles, nem muito menos taca fogo na pizzaria. Você simplesmente sorri. Sorri amarelo. E volta a sentar com seus amigos. O que dizer em uma hora dessas? Melhor sorrir.<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-124858114967486762007-10-31T00:21:00.000-02:002007-10-31T01:16:56.220-02:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">IGUARIA SEM IGUAL</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">E então chega a hora do almoço no sábado eu estou sem nada para fazer. Um amigo me liga e diz que está indo com umas amigas cariocas à Liberdade, passear e almoçar por lá. No geral o programa já cheira a roubada, mas eu acabei aceitando, nem imaginando que aquele almoço iria mudar minha vida para sempre.<br />Depois de almoçar num daqueles restaurantes japoneses sujinhos, em meio a passeios por lojas que não vendiam nada que eu estivesse com vontade comprar e mercadinhos que não oferecessem nenhum alimento facilmente identificado, uma das amigas do seu amigo começa desesperadamente a perguntar em alguns lugares por um tal de: sorvete de melão.<br />Era o que me faltava né? Ter que rodar no meio daquele monte de gente, procurando um sorvete de melão! Com o Sol a pino, a garganta já seca e os sashimis recém comidos, boiando no meio do misoshiro que eu arrematei no final do almoço. A essa altura eu já estava completamente arrependido de ter aceito o convite e pensava seriamente em me jogar do viaduto ou em rolar pela calçada dando gargalhadas histéricas. Desisti de rolar pela calçada, porque os ratos somados ao cheiro de peixe e lixo eram capazes de me transformar em alguma espécie mutante de besta mal-humorada. Foi aí que a amiga do meu amigo, chegou com notícias:<br />– Olha pessoal! Osh carash (ela era carioca!), alí daquela lanchonete disseram que o carregamento deles já vai chegar, que é só a gente esperar um pouquinho.<br />Ficamos parados então na frente do botequinho. As cariocas animadas, o meu amigo fazendo o meio de campo e eu com um bode preto amarrado na perna, louco de vontade de deitar e dormir, até que, eu vejo de longe um "chinezinho" carregando mais ou menos o dobro da altura dele em caixas. Ele entra no boteco, nós entramos também e imediatamente atrás de nós se formou uma imensa fila de gente desesperada perguntando: "Vocês estão na fila? É pro sorvete?".<br />Preciso falar que eu fiquei abobado? Um monte de viciados em sorvete de melão, que deviam estar rodando a Liberdade inteira, começaram a tirar dinheiro sabe Deus de onde e gritar na fila que já não cabia no lugar! Minha primeira reação obviamente, foi tirar 5 reais da carteira e provar o motivo que deixava aquelas pessoas tão loucas. Claro que tive que fazer uso de cotoveladas, tentar impor respeito com meu tamanho para finalmente colocar em minhas mãos, o Melona.<br />Sim, esse era o nome do sorvete. Melona. A embalagem era bonita, transmitia confiança, a fabricação é coreana e o formato era mais ou menos parecido com aquele sorvetão de Itú, só que quadrado dos lados e ele tinha mais ou menos a cor de um creme de abacate fresquinho.<br />Quando eu coloquei o Melona na boca, o mundo parou de existir ao meu lado.<br /><br /><br />Dei um espaço a mais, porque realmente uma lacuna no tempo se abriu enquanto aquela massa gelada se desmanchava na minha boca. O sabor era... Como eu posso descrever...? Era como se Deus, depois de ter criado flores, pássaros, rios, humanidade e tudo mais, tivesse criado algo realmente perfeito, uma fruta divina, um néctar da existência e depois disso fizesse um sorvete com essa fruta. Era indescritível. Era o mais puro gosto do melão que alguém já podia ter provado. Aquele sabor justificava tudo. Minha única idéia quando aquele sorvete acabou, era que eu só seria feliz se um dia eu nadasse em uma piscina de Melona.<br />Tentamos comprar mais, mas já estava acabando e a fila estava cada vez pior. Então decidimos voltar para casa e no caminho acho que todos sentimos um mesmo vazio, precisarímos ter o Melona ao nosso lado para sempre.<br />E pelo visto não fomos só nós que nos sentimos assim... Isso aconteceu mais ou menos há uns dois meses e hoje o Melona já ficou famoso, conhecido entre os absurdinhos e pode ser comprado até no Conjunto Nacional. Se eu soubesse que seria assim hoje em dia, com certeza não teria perdido tempo com meus amigos, bolando o sequestro do chinezinho que carrega o Melona.<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-24420847620674146562007-10-23T18:25:00.000-02:002007-10-23T19:18:19.641-02:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">TETO TEM LIMITE</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Todo mundo que tem uma vida sexual ativa e movimentada, ou simplesmente só ativa, sabe o quanto é bom tudo que envolve uma boa noite de intensa atividade. E quando essa noite rola, o bom mesmo é não ligar pra ninguém, fazer o que se tiver vontade, sem regras, sem padrões e sem vergonha, sempre com muita responsabilidade. Se alguém escutar alguma coisa dane-se, se a janela estiver um pouquinho aberta também dane-se, se alguém começar a se divertir a suas custas, ahhhh... pense que você está se divertindo muito mais, certo?<br />Certíssimo, quando se trata de uma noite de sexo selvagem aqui e outra alí, mas não quando o casal resolve por em prática as mil e uma noites do Kama Sutra. Digo isso, porque não aguento mais ser acordado quatro a cinco vezes por semana com o lustre do meu quarto balançando, gemidos altos e os toc-toc's repetidos vindos do teto. E quando tudo isso parece terminar, ainda vem uns gritos mais altos ainda de "ahhhhhhhhhhhhhhhgh meu Deus".<br />Será que eles acham que ninguém escuta? A sonoplastia é perfeita! O designer de som devia ser premiado com o próximo Oscar do cinema pornô. Eles deviam gravar se tem tanto orgulho disso! Gravar e colocar no youtube, como a Cicarelli fez.<br />O pior é que fico um pouco mal humorado quando sou acordado, imaginem então quando rola uma invejinha. Tenho vontade de passar a mão no interfone e ligar lá, de dar vassouradas no teto, mas tenho medo de parecer a bruxa, sendo que já moro no 71. Sim, porque quando se pensa em tomar uma atitude pra reprimir, é preciso arcar com as consequências e é isso que eu temo, sendo o morador novo do prédio. Morro de medo de ficar visto como aquele que está se corroendo de inveja porque não tem isso em casa... Aí pra saír de uma desse estígma, só se gravando no ato e jogando no cirquito interno de tv do condomínio. E eu não pretendo fazer isso tão cedo.<br />Tenho pensado ultimamente em concorrer com eles, mas para isso minha agenda de telefones vai precisar pelo menos dobrar de tamanho, e eu ainda vou ter que esquecer o passado e superar tudo que eu já passei na mão de certas pessoas, sim porque vai ser necessário repetir figurinhas. Foi assim que, de uma semana pra cá, decidi que vou apenas fingir que concorro com eles, vou baixar uns pornozinhos pesados, comprar uns apetrechos de percussão e umas caixas de som super-ultra-blaster potentes e mandar ver no gemido abafado, e nas puladas na cama. Me recuso a perder essa sendo taxado de careta invejoso e reprimido. Na pior das hipóteses, quando eu encontrar no elevador com o pessoal do 81, eles vão pensar que ainda existe gente à altura para uma competição.<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-64644271826234686692007-10-19T17:35:00.000-02:002007-10-19T18:25:46.574-02:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">AUMENTAR PRA NÃO TERMINAR</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">É assim ó: eu aumento um ponto! Sabe aquele ditado que diz que quem conta um conto aumenta um ponto? Pois é, sou eu que aumento! Sempre aumentei! E se for pensar bem um ponto só não, aumento vários, páginas de pontos, uma infinidade de laudas. Na verdade acho que tenho uma visão muito própria sobre a minha própria vida.<br />Isso não quer dizer que eu minta. Não suporto mentiras, nem tenho paciência com gente mentirosa. Mas vamos dizer que, quando eu conto alguma coisa eu dou uma romanceada em tudo, em tudo mesmo. Até uma simples ida à padaria no domingo de manhã tem um clima, uma roupa, um detalhe sórdido e um monte de adjetvos. Tenho uma amiga que diz que eu sou hiperbólico, mas é óbvio que ela é a pessoa mais louca do mundo inteiro.<br />Acho que essa arte de acrescentar às pequenas narrativas do dia-a-dia é a grande responsável de, na grande maioria das vezes, eu não conseguir terminar nada do que eu começo a contar. Sempre coloco tantos detalhes, situo tanto o ouvinte, coloco tantos <span style="font-style: italic;">hiperlinks</span>, que como um assunto puxa o outro a história principal sempre fica perdida e eu nunca lembro como cheguei até ali. E essa semana eu percebi que é de família.<br />Ontem, jantando na casa da minha mãe, com minha irmã, meu cunhado, meu pai e minha própria mãe, eu ouvi mais ou menos umas 20 histórias e hoje ainda não consegui saber o final de nenhuma. Gente louca! Era um tal de "e por falar nisso" pra cá, um tal de "ahh lembrei" pra lá, que ninguém conseguia chegar ao final de nada. Comecei a me lembrar de todo mundo que reclama que eu não termino assunto nenhum, e pensei que vindo daquele meio é realmente impossível.<br />No fim do jantar eu me dei conta disso, e falei que aquilo estava me angustiando, que eu precisava saber o final de alguma história pelo menos. Foi nessa que meu cunhado deu um sorriso e perguntou: "Ué! Desaprendeu a conversar com a sua família? Vocês sempre conversaram assim".<br />O silêncio durou um tempo, todos olhando pra minha cara. Pouco depois e mais que depressa voltaram a falar correndo sem terminar assunto nenhum novamente.<br />É, acho que quando eu morava com eles não percebia toda aquela quantidade de informação ao mesmo tempo, ou se percebia talvez soubese lidar com o fato. Era muita gente, se tinha muito a dizer, muito a compartinhar em tão poucas 24 horas. Saí da casa da minha mãe com dois sentimentos muito claros: o primeiro que só agora eu consigo olhar de fora para minha família e amar aquela confusão toda; e o segundo é que mesmo olhando de fora, tem certas certas coisas que sempre me farão ser um deles.<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-31788747752525295542007-10-09T00:22:00.000-03:002007-10-09T00:52:41.746-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">A ARTE DE SE TORNAR VINTAGE</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Tem coisas na vida da gente, que nos acostumamos e aprendemos a amar como se elas tivessem feito parte da nossa existência desde que pusemos o pé por aqui. É comum inclusive mudar lembraças e desconfigurar o cérebro todo só achando que quando seu avô bateu o carro em 1986, ele ligou no celular da sua mãe pra avisar. Sim eu não imagino como era a minha vida sem o celular, sem o Xbox, sem o laptop, sem DVD, sem baixar música na internet e principalmente sem iPod.<br />A gente sofria demais! Alguém lembra o que era andar com ficha telefônica e pegar fila no orelhão? E jogar Enduro no Atari com aquele controle duro que dava calo na dedo? E ainda existia coisa pior! Como por exemplo, ter que ir à casa daquela sua prima chata só bater um trabalho no computador de tela verde, ou mesmo rebubinar a fita antes de entregar, ou comprar um CD por causa de uma música que você só vai escutar uma vez na vida. Olha, ainda bem que a humanidade evoluiu viu? Se não, eu não ia aguentar!<br />Mas pra mim, ainda está para nascer quem vai inventar uma coisa melhor que o iPod. O iPod, como diria meu avô é uma benção. O iPod é a máxima do poder de síntese, com o máximo de capacidade. É a liberdade de poder andar por aí com todos os seus cd's, carregando algo bem menor que um só deles. Além disso tudo, é lindo, fácil de usar, tem tudo que é meu lá, um verdadeiro absurdo. O meu iPod é máximo, ou melhor, era...<br />Sim era, porque duas semanas atrás ele se suicidou. Se suicidou mesmo, sem arrependimento, sem misericórdia e sem pensar nem um pouquinho na falta que eu ia sentir dele. Meu iPod se jogou no fosso do elevador. Se jogou de maneira clara, direta e certinha para caber naquele buraquinho tão desgraçado, se jogou para nunca mais voltar num vôo de sete andares, sem volta, em direção ao térreo. Sim, eu me desesperei, chorei, chamei o porteiro, abri o elevador e resgatei seu corpo intácto, mas já sem vida. No <span style="font-style: italic;">iPod Hospital</span> eles não me deram nenhuma esperança e eu fiquei aqui, sem o meu amigo para dividir as canções. Praticamente um Xitãozinho, sem o Xororó.<br />Ontem cançado de tanto sofrer e parecer um louco pela rua cantando em direção ao trabalho, tentando lembrar de como era a minha vida sem meu querido amigo, eu gravei um cd com o que eu queria ouvir e coloquei no <span style="font-style: italic;">diskman</span> velho que eu já tinha aposentado há muito tempo. E foi aí nesse momento que eu me senti vintage, resgatando uma moda antiga e fingindo que eu não estou nem aí comm isso. Se alguém me ver andando com pochete, sapato uísque com cinto combinando ou ombreira no casaco, saiba que me dando um iPod novo, tudo vai passar...<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-25253608480046899202007-06-21T14:32:00.000-03:002007-06-21T18:55:39.028-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">HOME ALONE</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">E então um dia você o acha! E ele está lá, lindo, branco, conservado, todo estiloso e com um piso de madeira, daquele de taquinho dos anos 60 de fazer inveja a muita mansão da vizinhança. Você de primeira não acredita, pensa que é mentira que finalmente alguma coisa que você gosta, cabe no seu orçamento. Mas é verdade e como num passe de mágica, tudo que conspirava contra até então, vai por um caminho sem buracos que culmina na entrega das chaves do seu apartamento perfeito.<br />A cerimônia de entrega das chaves da sua nova casa começa com você sozinho comendo uns polvilhos no chão sujo da sala, e termina com alguns amigos e familiares tomando coca light no mesmo chão sujo. A primeira faxina é nojenta, o primeiro banho é medonho, a primeira noite estranha, mas é tudo lindo, tudo poético, tudo solucionável.<br />Até que chega a hora de mudar de verdade e o seu primeiro final de semana se resume à uma arrumação que parece nunca mais ter fim. E não tem mesmo. Nessa hora, tudo que era lindo, poético e solucionável, vira pó. Literalmente.<br />Além disso, a quantidade de transeuntes dentro do seu lar é algo inimaginável. Tem o cara do fogão, os entregadores da geladeira, o pessoal que veio montar a cama, o homem do vidro, o maluco das chaves, o porteiro te explicando a política do prédio, a síndica, os vizinhos da frente com um bolo, a mãe empolgada, os amigos que passam pra "conhecer", o sobrinho, os irmãos, o cunhado e o pai instalando algumas coisas, entre outras milhares de pessoas.<br />É tanta gente, tanto barulho, tanta confusão e sujeira, que quando todo mundo vai embora, e você fica sozinho em casa o melhor que se tem a fazer é acender um cigarro, pegar uma latinha de qualquer coisa bem gelada, um resto de pão com alguma gororoba e sentar na frente da máquina de lavar pra assistir um ciclo completo. E essa com certeza será uma das melhores lembranças do dia que você foi morar sozinho. Você tomando a <span style="font-style: italic;">sua</span> cerveja, fumando <span style="font-style: italic;">seu</span> cigarro, comendo <span style="font-style: italic;">seu</span> pão com gororoba e assistindo a <span style="font-style: italic;">sua</span> máquina de lavar trabalhar na <span style="font-style: italic;">sua</span> casa.<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com46tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-50241268724541673492007-06-12T17:12:00.000-03:002007-06-12T18:00:08.435-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">A CASA DOS GATOS</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Faz um tempo já. Na verdade parece que faz mais tempo ainda. Sabe aquilo que faz tempo, mas que por ser outra fase, parece que faz mais tempo do que realmente faz? Pois é... Essa história é dessas histórias. Era por coincidência dia dos namorados também, como hoje. E quatro amigos revoltados com a data foram comemorar o fato de serem solteiros, de passarem o mundo na cara e de se divertirem com desaventuras.<br />Nessa noite, na noite de rir de sí próprio, foi que esses amigos criaram um lugar muito especial. Nessas de "pra onde a gente vai?", "o que vamos fazer agora que estamos bêbados?", uma das meninas sugeriu a Casa dos Gatos. No cenário meio <span style="font-style: italic;">non sense</span> que aquela noite estava virando, não foi estranho o fato daquela amiga começar a se abrir.<br />Ela disse que apesar da companhia se sentia só, que apesar das risadas se sentia triste e que apesar da bebida sentia medo. Um medo diferente, um medo de futuro que se aproximava do presente, um medo que a levasse à um fim na Casa dos Gatos.<br />A Casa dos Gatos dos pesadelos dessa amiga era um lugar escuro, onde provavelmente povoada por clichês da infância, a garota colocou a velha solteirona, de 73 anos, que cansada de ser sozinha, criava gatos pra amenizar a solidão. Não 1 nem 2 gatos não, coisa de 23, 47 bichanos loucos de fome e miando sem parar. E a velha conhecia cada um, pelo nome, cada mania, cada cicatriz e cada desafeto dos bichinhos.<br />Nem preciso dizer a cara dos outros 3 na mesa, passada a descrição do pesadelo de velhice infame que assolava a quarta integrante do grupo. Se fez silêncio por um tempo até que um dos 3 soltou um: "Relaxa, a gente vai te fazer companhia lá". E então, à partir desse momento, a Casa dos Gatos se tornou menos pesada, menos fúnebre e ganhou uma TV de plasma, uma mesa de carteado, uma infinidade de cd's, muitos passaportes carimbados e muita, mas muita mesmo bebida em estoque.<br />Desse dia em diante, todos os <span style="font-style: italic;">happys</span>, todos os dias, esses amigos celebravam a idéia de que a Casa dos Gatos era um porto seguro, um lugar pra onde correr quando tudo desse errado, um lugar não tão ruim assim porque a gente tinha a gente.<br />Mas a vida separou a gente, a amiga assombrada hoje está cada dia mais longe da Casa dos Gatos, e numa saída recente com as duas com as quais ainda tenho contato dia desses uma delas soltou: "a gente se bastava né?". E era isso mesmo, a Casa dos Gatos perdeu seu poder de assustar porque a gente se bastava.<br />Óbvio que ainda hoje, às vezes eu ainda tenho medo da Casa dos Gatos, como nesse dia dos namorados sozinho, até porque na minha casa não teriam gatos, que são animais aos quais sou alérgico. Mas então, de lá de dentro vem um pensamento: "Será que eu me basto?", e aí vem a resposta: "Acho que sim..." e tudo fica mais tranquilo.<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-1165461661627952912006-12-11T09:50:00.000-02:002006-12-10T22:18:54.646-02:00<strong><span style="font-size:130%;">COISAS QUE AMAMOS</span></strong><br /><br /><div align="justify">Se tem uma coisa que eu adoro quando chega o verão é usar protetor 4. Se esse é o protetor certo pro meu tipo de pele? Óbvio que não, mas é aí que está a graça! Não que eu devesse usar um protetor 30, porque aí eu com certeza saio branco depois daquelas horas de sol, mas pelo menos um 15 eu deveria usar. Deveria, leu bem. Mas não uso, sempre acabo usando o 4.</div><div align="justify">Adoro sair do Sol com aquele tostadinho de quem usou um bom protetor 4, com aquele cheirinho de pele tostada. Adoro o leve ardor depois que eu tomo banho e o alívio que um bom aloe vera traz. Adoro a marca da sunga definida, a cor por igual, o ruborizado do rosto e principalmente adoro a cor que eu fico depois de 3 dias de esforço.</div><div align="justify">Usar protetor 4 pra mim tem um ar de rebeldia, me sinto jovem, inconsequente, sem medo do perigo, sem noção do futuro negro que está por vir, rompendo paradigmas. Sinto que os outros são uns idiotas de usar um protetor mais forte, me sinto herói e digno de uma pele tostada usando o meu amado 4. Enfim, usando protetor 4 eu me sinto de volta a adolescência.</div><div align="justify">Hoje eu fui à dermatologista e ela colocou minha cara numa desgraçada duma luz roxa. Meu rosto é uma mancha só. Não é força de expressão não! É uma mancha só mesmo, sem emendas, uma mancha que começa na testa e termina no queixo. Eu sou um sério candidato a ter um câncer de pele antes dos 40 anos se continuar usando o protetor 4. Além disso ainda terei que fazer um tratamento de pele medonho e também terei que usar protetor 60 durante todo o verão, todo dia! Existe esse fator de proteção? Sessenta!? Onde usam isso?! Em Mercúrio?</div><div align="justify">Me sinto traído pela minha pele, difícil a idéia de chegar aos 30 e já ser privado de fazer uma das coisas que eu mais gosto por causa da saúde. Imagine então, o tamanho da revolta quando me proibirem de comer doce?</div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com22tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-1165439580856293032006-12-06T18:57:00.000-02:002006-12-06T19:13:01.370-02:00<span style="font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">IF YOU'RE GOING TO SAN FRANCISCO</span></span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Assim ó, de verdade? Não esperava! Apesar de ter sido avisado por todo mundo que eu estava indo para a cidade mais "mente aberta" dos Estados Unidos, não acreditei logo de cara não. Até porque, pra mim americano "mente aberta", é aquele que recicla lixo, tem noção que o Bush é um escroto e sabe a capital correta de algum país da América Latina.<br />Logo ao chegar em San Francisco já me espantei com a simplicidade e a despretenciosidade com a qual as pessoas me tratavam, no hotel, na van, no aeroporto e na lojinha de eletronicos... O melhor é que não era algo arranjado, realmente dava a impressão que aquelas pessoas eram fofas porque queriam, porque se não quisessem facilmente poderiam não ser, ou poderiam também procurar algo melhor com o que gastar o seu tempo. O estilo <span style="font-style: italic;">low-profile</span> era tanto, que cheguei ao cúmulo de pagar menos em uma jaqueta por ser brasileiro, pagar ingresso com desconto por estar indo sozinho e ganhar massagem por ser bonitinho. Nunca pensei em viver situações como essas nos Estados Unidos, essa coisa de dar "jeitinho" é trabalho de brasileiro, de australiano e não de americano.<br />Em San Francisco achei comum as pessoas te ajudarem, serem simpáticas, saberem da onde você vem, te tratarem pelo nome, darem festinha pra você, te receberem bem, te levarem pra conhecer lugares. Mas San Francisco não é só um mar de rosas, lá também tem muito mendigo, muita gente sofrida e muitas, muitas esquisitices mesmo, dentre elas: a cidade é um lugar onde homens andam de mãos dadas, as mulheres se beijam no supermercado, os caras com chifres de titânio implantados são funcionários públicos e as lumpa-lumpas coreanas parecem estar escondidas em todos os lugares, prontas para dizer algo com sotaque inintendível. Mas tudo é tão simpático e tratado com tanta naturalidade, que todas essas esquisitices passam a ser simpáticas também.<br />Aliás, o <span style="font-style: italic;">welcome</span> de San Francisco é algo tão marcante, tão gostoso e tão acolhedor, que você chega a pensar que vai ser difícil, algum dia, alguma outra cidade ficar com o título de Miss Simpatia.<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-1162739517238958612006-11-05T12:12:00.000-02:002006-11-05T13:11:57.396-02:00<span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >MINHAS FÉRIAS</span><br /><br /><div style="text-align: justify;">Foi nas redações da escola com esse título típico de volta às aulas, que a Mônica pensou quando fechou a viagem com as amigas pra Fernando de Noronha. O pacote não foi barato, na verdade ela teria preferido Nova Iorque, mas suas amigas fizeram tanta pressão que no final a Mônica acabou topando, pois tudo que envolvia suas outras quatro amigas era divertido e acabava rendendo histórias para a vida toda. Além de tudo ia ser bom a Mônica viajar só com as meninas sem o Edu, seu namorado, ia ser uma despedida de solteira, já que eles estavam na beira do altar, só que sem os go-go boys.<br />Logo ao chegar, Fernando de Noronha lhe custou mais ou menos uns 8 cartões de memória da câmera, o lugar era lindo, com paisagens que elas nunca jamais tinham visto ao vivo. A preservação, a vida marinha e a precariedade do local também faziam parte do que era legal e parece que conspirava para criar o clima de descanso e beleza.<br />Nos dois primeiros dias as meninas nadaram com golfinhos, fizeram trilhas incríveis, viram tartarugas, tomaram sol em praias desertas e chegaram mortas de cansadas ao hotel, prontas para dormir a noite toda. O problema foi que nos outros 5 dias da viagem, as meninas também nadaram com golfinhos, fizeram trilhas incríveis, viram tartarugas, tomaram sol em praias desertas e também chegaram mortas de cansadas ao hotel. Pra concluir, na última noite em Fernando de Noronha, a Mônica e as outras meninas preferiam ver o capeta, à uma gangue de golfinhos ou tartarugas fofas.<br />Foi da Rêzinha a idéia de perguntar alguma coisa pra monga lesada que ficava na recepção da pousada. A moça indicou uma "gafieira simplezinha", onde os locais da região iam se divertir aos sábados. E lá foram as moças aventureiras achando que nada seria pior do que ficar olhando umas para as caras das outras, num sábado a noite.<br />Não era difícil se sentir como a Brigitte-Jones-vestida-de-coelha-da-Playboy, sendo loira, linda e entrando num lugar como aquele. O público literalmente parou. Não se deixando intimidar pela situação a Mônica foi ao bar, pediu algo, tentou relaxar e se divertir.<br />Além da cara de Letícia Spiller, a atitude da Mônica deve ter mexido com a libido do poderosão da balada, o Carlão chegou rápido, decidido e cheio de marra pra tirar a moça pra dançar. Como não é de bom tom "dar tábua", e além de tudo dessa resposta dependia como todas as outras seriam tratadas pelo resto da noite, a Mônica aceitou o convite do Carlão, mesmo sabendo que aquilo tinha aquela cara que não ia terminar bem.<br />O Carlão era a personifição do fetiche do pescador errante, de toda moça solteira e descompromissada com a vida, que vai sozinha a uma praia deserta. O rapaz se tratava de um negão retinto, bonito e trincado, vestido de branco e cheirando a colônia de tirar o chapéu. Os dentes de um branco e o molejo de jeito que qualquer outra das suas amigas, que não tivesse namorado, ia querer conferir de perto nem que fosse somente pra poder contar contar depois.<br />Ao puxar a Mônica pra pista, o Carlão se mostrou "respeitador", ela disse que tinha namorado e ele se colocou a dançar com a mão na cintura dela, com o um adolescente de 11 anos. Lá pelo meio da música o Carlão relaxou, deu lá suas encoxadas na Mônica e começou a debruçar mais e mais o seu corpo sobre o dela.<br />Como aquela música já quase se mostrava um "Faroeste Caboclo" do forró, o Carlão teve tempo suficiente pra começar a suar feito um louco e pressionar a cintura da Mônica contra seus dotes, já não tão "respeitadores" assim. Essa atitude serviu pra coroar o final da viagem da moça, aquilo era o que bastava pra ela ter a certeza de Nova Iorque teria sido sem dúvida nenhuma uma idéia melhor.<br />Saturada daquele bate-coxa, da falta de respeito e coberta pelo suor do Carlão, a Mônica chegou ao ouvido dele e disse: "- Você sua muito!". Não é preciso nem contar a cara que ela fez quando o Carlão abriu um sorriso e respondeu: "Eu também vô sê seu todinho!".<br />Depois disso só restou pra ela passar a mão nas amigas e sair voada de lá, deixando o cara sem entender nada na pista e rezando pra ninguém descobrir onde elas se escondiam. A Mônica só saiu da pousada no dia seguinte, na hora de ir embora, e até hoje ela ainda arrepia ao pensar que o Edu, andou falando por aí em passar a lua-de-mel em Fernando de Noronha.<br /></div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com22tag:blogger.com,1999:blog-13860574.post-1161628122678287672006-10-23T14:45:00.000-03:002006-10-24T00:02:02.046-03:00<div align="justify"><strong><span style="font-size:130%;">OTIMIZANDO</span></strong><br /><br />O pior de tudo em ter sua própria empresa, é que as vezes você se pega completante escravo de você mesmo. Você é na maior parte do tempo seu próprio boy, seu próprio departamento comercial <em>full time</em>, sua própria secretária, moça do café e muitas vezes, mesmo tendo empregada é você que tem que parar tudo o que está fazendo pra dar um "tapa" no seu local de trabalho.<br />Além disso você fica também completamente obsecado por números, contas, porcentagens, orçamentos e DARFS, coisas que até pouquíssimo tempo atrás você nem tinha idéia que possuia talento pra administrar.<br />São tantos detalhes, tantas indas e vindas e batidas de cabeça, que você acaba nem tendo tempo de fazer aquilo que você abriu o escritório pra fazer. Mesmo achando péssimo o termo "otimizar o tempo", você começa a perceber que essa palavra vai se tornar cada vez mais necessária.<br />Você toma banho passando fio dental, dirige falando sobre <em>briefings</em> no celular, anota idéias no cartão do estacionamento e faz <em>brainstorm</em> na fila do banco. A correria é tanta, que sua família que te ligava e ficava batendo papo em outros tempos, hoje em dia só te vê de fim-de-semana enquanto você ronca alto no sofá durante o filme do domingo.<br />No fim você sabe que é difícil, bem mais do que você esperava, mas no fim do dia, quando você já está arrasado de tanto trabalhar e com a maior preguiça de passar perto da academia, ao apagar a luz daquele escritório que começou do nada e que já está germinando e cheio de vida própria, te dá uma onda de orgulho tão grande que logo da vontade de voltar na manhã seguinte. </div>Zagaiahttp://www.blogger.com/profile/07480295940975592373noreply@blogger.com13