É assim ó: eu aumento um ponto! Sabe aquele ditado que diz que quem conta um conto aumenta um ponto? Pois é, sou eu que aumento! Sempre aumentei! E se for pensar bem um ponto só não, aumento vários, páginas de pontos, uma infinidade de laudas. Na verdade acho que tenho uma visão muito própria sobre a minha própria vida.
Isso não quer dizer que eu minta. Não suporto mentiras, nem tenho paciência com gente mentirosa. Mas vamos dizer que, quando eu conto alguma coisa eu dou uma romanceada em tudo, em tudo mesmo. Até uma simples ida à padaria no domingo de manhã tem um clima, uma roupa, um detalhe sórdido e um monte de adjetvos. Tenho uma amiga que diz que eu sou hiperbólico, mas é óbvio que ela é a pessoa mais louca do mundo inteiro.
Acho que essa arte de acrescentar às pequenas narrativas do dia-a-dia é a grande responsável de, na grande maioria das vezes, eu não conseguir terminar nada do que eu começo a contar. Sempre coloco tantos detalhes, situo tanto o ouvinte, coloco tantos hiperlinks, que como um assunto puxa o outro a história principal sempre fica perdida e eu nunca lembro como cheguei até ali. E essa semana eu percebi que é de família.
Ontem, jantando na casa da minha mãe, com minha irmã, meu cunhado, meu pai e minha própria mãe, eu ouvi mais ou menos umas 20 histórias e hoje ainda não consegui saber o final de nenhuma. Gente louca! Era um tal de "e por falar nisso" pra cá, um tal de "ahh lembrei" pra lá, que ninguém conseguia chegar ao final de nada. Comecei a me lembrar de todo mundo que reclama que eu não termino assunto nenhum, e pensei que vindo daquele meio é realmente impossível.
No fim do jantar eu me dei conta disso, e falei que aquilo estava me angustiando, que eu precisava saber o final de alguma história pelo menos. Foi nessa que meu cunhado deu um sorriso e perguntou: "Ué! Desaprendeu a conversar com a sua família? Vocês sempre conversaram assim".
O silêncio durou um tempo, todos olhando pra minha cara. Pouco depois e mais que depressa voltaram a falar correndo sem terminar assunto nenhum novamente.
É, acho que quando eu morava com eles não percebia toda aquela quantidade de informação ao mesmo tempo, ou se percebia talvez soubese lidar com o fato. Era muita gente, se tinha muito a dizer, muito a compartinhar em tão poucas 24 horas. Saí da casa da minha mãe com dois sentimentos muito claros: o primeiro que só agora eu consigo olhar de fora para minha família e amar aquela confusão toda; e o segundo é que mesmo olhando de fora, tem certas certas coisas que sempre me farão ser um deles.
Isso não quer dizer que eu minta. Não suporto mentiras, nem tenho paciência com gente mentirosa. Mas vamos dizer que, quando eu conto alguma coisa eu dou uma romanceada em tudo, em tudo mesmo. Até uma simples ida à padaria no domingo de manhã tem um clima, uma roupa, um detalhe sórdido e um monte de adjetvos. Tenho uma amiga que diz que eu sou hiperbólico, mas é óbvio que ela é a pessoa mais louca do mundo inteiro.
Acho que essa arte de acrescentar às pequenas narrativas do dia-a-dia é a grande responsável de, na grande maioria das vezes, eu não conseguir terminar nada do que eu começo a contar. Sempre coloco tantos detalhes, situo tanto o ouvinte, coloco tantos hiperlinks, que como um assunto puxa o outro a história principal sempre fica perdida e eu nunca lembro como cheguei até ali. E essa semana eu percebi que é de família.
Ontem, jantando na casa da minha mãe, com minha irmã, meu cunhado, meu pai e minha própria mãe, eu ouvi mais ou menos umas 20 histórias e hoje ainda não consegui saber o final de nenhuma. Gente louca! Era um tal de "e por falar nisso" pra cá, um tal de "ahh lembrei" pra lá, que ninguém conseguia chegar ao final de nada. Comecei a me lembrar de todo mundo que reclama que eu não termino assunto nenhum, e pensei que vindo daquele meio é realmente impossível.
No fim do jantar eu me dei conta disso, e falei que aquilo estava me angustiando, que eu precisava saber o final de alguma história pelo menos. Foi nessa que meu cunhado deu um sorriso e perguntou: "Ué! Desaprendeu a conversar com a sua família? Vocês sempre conversaram assim".
O silêncio durou um tempo, todos olhando pra minha cara. Pouco depois e mais que depressa voltaram a falar correndo sem terminar assunto nenhum novamente.
É, acho que quando eu morava com eles não percebia toda aquela quantidade de informação ao mesmo tempo, ou se percebia talvez soubese lidar com o fato. Era muita gente, se tinha muito a dizer, muito a compartinhar em tão poucas 24 horas. Saí da casa da minha mãe com dois sentimentos muito claros: o primeiro que só agora eu consigo olhar de fora para minha família e amar aquela confusão toda; e o segundo é que mesmo olhando de fora, tem certas certas coisas que sempre me farão ser um deles.
9 comments:
Ehr, uma coisinha: a sua casa é igual à casa da sua mãe. Observação feita por mim e Renata depois de sair de lá. Um entra e sai de gente sem avisar, doce na geladeira e alguém insistindo pra você comer alguma coisinha. "Não quer levar um pratinho?". Tem coisas que só os amigos percebem.
É igualzinho quando vou a Brasília ver meus pais e almoçamos todos juntos, eles, eu, minha irmã... ai como é bom!
beijo
algumas dinâmicas familiares a gente só percebe com uma certa distância... o bom é que vc pode inventar o final que quiser pras histórias, com quantos pontos a mais você quiser!
Gente, adorei a definição! Eu sou meio assim também, por isso que meu blog chamava "onde é que eu estava mesmo?".
Adorei!
E eu conheço sua família há uns 200 anos! Adorei sexta!
Breda
Gastón, não tinha visto por esse lado!! O pior que é assim mesmo!! Ufa, ainda carrego as coisas de lá!
Ceiça, é bom né? Que bom que vcs conseguem conversar....
Mh, hehehhe, vou inventar, pode deixar!!
Mc, eu sabia que vc era das minhas!
Breda!! Que bom que agora vc resolveu comentar! E o pior que de todo mundo que escreve por aqui, vc é uma das que conhece a mais tempo mesmo!!
Meu amigo hiperbólico preferido.... que delícia é conversar em família, contar várias histórias e na verdade falar nada.... falar, falar e não dizer nada faz vc ser desta família maluquinha.... vejo o mesmo na minha que com a distância, vi que nossas raízes estão lá sempre, e isso nada vai mudar... mas falando nisso, me lembrei de.... bjs Re
caramba, somos irmãos!
"gêmelos", se bobear. Tb floreio as histórias e minha família tb é louca assim.
Não é que mentimos, apenas enfeitamos a gosto....rs. Aliá, eu tb detesto mentira. Nada me broxa mais do que pegar alguém mentindo pra mim.
Que saudades que eu estava das suas histórias! Eu ando muito desanimada pra escrever algo gostoso de ler.
Bjos.
Rê, de família louca a gente entende né?
Renata, que bom!! Estava louco por uma irmã gêmea!! Nada de desanimo pra escrever! Seus textos são ótimos! Bota isso pra fora garota!!
bjos
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