Thursday, April 06, 2006

COISAS ESTRANHAS

A Didica sempre foi assim. Sempre gostou da coisa mais do que qualquer outra, e nunca fez questão de esconder isso de ninguém. Passou um tempo sozinha, o que quase a levou ao desespero. E foi numa dessas, num casamento onde era madrinha, que a Didica conheceu o Nivaldo.
Quando a noiva falou pra Didica que ela ia entrar com um cara chamado Nivaldo na igreja, que era primo dela, que vinha do interior só para a ocasião, a pobre desesperada já viu sua festa afundando. O que ela poderia esperar de um cara chamado Nivaldo? Provavelmente era um bonachão, um tio querido e solteirão que cheirava a cerveja e jogava truco nas tardes de sábado. O que a Didica, que gostava tanto da coisa, iria fazer com um Nivaldo?
Foi só ver o Nivaldo que a cabeça da Didica já começou a pipocar em um monte de idéias de o que fazer com ele. Se bobear o Nivaldo, de tão lindo, chamou atenção até do padre e de uma tia velhota do noivo que não largava o andador. A Didica só praguejava o nome do cara. Como tentar transar com um Nivaldo? Que ainda por cima devia estar hospedado em um hotel com a família? E ainda a família da amiga dela?
Na verdade, nem foi tão difícil assim. Exatamente entre New York, New York e Y.M.C.A., a Didica fez a conversa mole chegar a mão na bunda sem o menor esforço. Quando o funk entrou em cena, foi mais fácil ainda pra Didica convencer o Nivaldo a leva-la a "um lugar mais tranquilo". O difícil mesmo, foi na hora do lance, dizer coisas como "aí Nivaldo", "ui, Nivaldo" ou "uau!! Nivaldo"! Mas depois da sexta vez, ninguém mais prestava atenção nisso e a Didica acabou relaxando. Relaxando tanto, que dormiu, sem tirar a maquiagem, sem desfazer o panetone que ela tinha na cabeça, e sem nem mesmo tirar o espartilho, que na igreja tanto incomodava.
Ao acordar pela manhã, revigorada e com a visão de um monumento dormindo ao seu lado, Didica sorriu. Feliz, tranquila, apaziguada. Levantou cambaleante, e foi até o banheiro. Meu Deus! Aquilo que refletia no espelho não era ela! O Alice Cooper devia ter trocado de reflexo! E o que era aquilo no cabelo dela? Aquele mafuá tortuoso que ela equilibrava na cabeça, só ajudava a piorar todo o resto. O Nivaldo, mesmo com aquele nome, não poderia ve-la daquele jeito. Então Didica saiu correndo dali.
Foi bem estranho quando as tias da noiva, que por acaso estavam no mesmo hotel, trombaram com aquele monstro que a Didica tinha virado no elevador. E mais estranho ainda foi dividir o taxi com elas, vestida daquele jeito, desmantelada daquele jeito e cheirando a sexo daquele jeito.
Se foi uma boa idéia ela sair correndo daquela maneira eu não sei, mas que até hoje ela e o Nivaldo ainda namoram, namoram... Se as tias acham uma boa idéia? Acham. São elas que estão montando o chá de cozinha da Didica, mas com certeza elas não colocarão álcool no cardápio.

10 comments:

Cláudia said...

tenho o casamento de uma amiga em setembro. Será que rola um Nivaldo?

Ana Téjo said...

E as tias do Nivaldo devem estar pensando até hoje: nosso sobrinho, tão charmoso,tão bonitão, tão comedido, com essa zinha que cheira a cerveja e deve jogar truco nas tardes de sábado...
Beijo,
JU...

Zagaia said...

Ceiça,
É só acreditar que rola... se não a gente providencia um pra vc!!

Ju, devem mesmo... Mas mesmo assim continuam umas fofas né?

bjo

Renata Marques said...

Didica tirou a sorte grande, heim? rs

Bjo.

Cláudia said...

Xu
atenção que este seu comentário tem testemunhas, viu? Vou cobrar!
ass
Ceiça

mc said...

gostei!!! e tenho problemas com nomes estranhos... mas é puro preconceito!

Isa said...

Julis,

O Nivaldo é que se deu bem,isso sim...mulheres com atitude estão com tudo!!! Virei fã da Didica.

bjo.

Zagaia said...

Renata, acho que tirou sim!!

Ceiça, pó cobrar.. Pretendo cumprir!

Mc, eu tb tenho problemas, ams as vezes é bom relevar!

Isa, eu tb sou fã dela!! Muuuuito fã!

Bjos

Anonymous said...

Didica??
Que parte eu perdi?
Tinha um porteiro que chamava Nivaldo que era tudo...

Cláudia said...

XUUUUUUUU
DÁ PRA ATUALIZAR, XIFAIXFAVOIRE?