É impressionate a quantidade de acontecimentos que sucedem uma vírgula!
Depois da vírgula ela ligou. Depois da vírgula a gente saiu pra jantar em lugar bacana, e em lugar boqueta também. Depois da vírgula nós fomos ao cinema, assistimos filmes na quarta, no sábado e de terror. Depois da vírgula a gente se falou muito, 3 vezes por dia, logo ao acordar, antes de dormir e enquanto faziamos compras em supermercados diferentes.
Depois da vírgula ela fez aniversário e ganhou presente, entregue discreto com cartão bonitinho. Depois da vírgula falamos de trabalho, trocamos idéias, nos incentivamos. Depois da vírgula rompemos barreiras, conhecemos os amigos, os colegas e uma parte do passado.
Depois da vírgula ela me viu rindo, orgulhoso, carente, pilhado, ansioso, gozando, dormindo, sonhando, abraçado e beijando. Depois da vírgula ela me conheceu, e soube meio que sem mais nem menos o que eu queria por entre tantas vírgulas.
Mas talvez, tantas vírgilas não tenha sido o que ela queria. Talvez entre uma vírgula e outra ela tenha deixado escapar que não queria tantas, mas talvez eu na ansia de colocar a próxima não tenha parado pra prestar atenção. Talvez quando ela tenha visto a montoeira de vírgulas ela tenha se assustado, e talvez tenha desejado trocar tudo por um ponto final. Mas isso, o que se passou na cabeça dela, eu nunca vou saber e nem quero.
O que eu quero, é colocar muito mais vírgulas, seja nesse ou no próximo parágrafo, porque assim, eu posso demonstrar pra minha vida que eu espero muito mais dela,