O CRAVO E A ROSA
A Marcinha é assim mesmo, se apaixona por histórias que ela mesma inventa. Gosta da cena, da imaginação, do que cerca um caso de amor. Muitas vezes a Marcinha gosta até de pegar trânsito, só pra no caminho ir imaginando uma paquera ou talvez uma vida inteira com o cara do carro do lado.
Mês passado a Marcinha mudou de estacionamento, um começou a cobrar caro demais e do lado da delegacia, tinha outro que era bem mais barato. Todas as manhãs, ou a maioria delas, quando deixava o carro pra ir ao trabalho a Marcinha via um homem parado na frente da delegacia ou falando no celular, ou conversando com alguém, ou fumando um cigarro. O cara não um garoto, nem um franguinho, era um homem mesmo, com letra maiúcula, desses que, segundo a Marcinha, tem jeito de ter "pegada". Não demorou muito pra Marcinha começar a chamar o moço de "Delegado" e ficar ansiosa todas as manhãs pra ver se o danado do cara olhava pra ela.
Gostava de imaginar que um dia o "Delegado" iria chegar bem malandro, dizer alguma graça e convida-la pra sair. Que um dia ela iria ver que aquele jeito de "broncão" do "Delegado" era só fachada, que na verdade ele era um homem sensível, que gostava de música clássica, apreciava bons vinhos e cuidava do afilhado no fim-de-semana prolongado.
Pensar no delegado se tornou o passatempo predileto da Marcinha. Ela imaginava histórias com ele de manhã, no cinema, quando alguém no trabalho começava a discutir e até mesmo vendo Belíssima. A Marcinha tentou tirar fotos do Delgado com o celular, simulou tomar um tombo na frente da delegacia, entrou no D.P. pra fazer um B.O. falso e ver se cruzava com o cara e nada. Nada mudava na história da Marcinha.
Semana passada, por causa de um trabalho da agência, a Marcinha teve que acordar super cedo, ir até a Dr. Arnaldo e comprar uma cacetada de cravos. Como todas as manhãs ela estacionou o carro, pegou tudo que era seu e foi em direção a agência, só que desta vez ela levava com ela as 7 dúzias de cravos coloridos necessários para o job. Passou em frente a delegacia e nada do "Delegado", não podia acreditar numa coisa dessas. Justo hoje ele não estava! Justo hoje que ela tinha tudo pra chamar a atenção... Virou a cabeça, deu uma última olhada por cima do ombro e... PUMBA!!! Foi difícil não sentir o tranco daquele "homão" batendo de frente com ela.
Os cravos cairam todos pelo chão, e a Marcinha não podia acreditar no que via. O delegado bem ali na sua frente, olhando pra ela e pro monte de cravos. Era a chance dele! A chance dela! Nada podia ser mais perfeito que isso! Ela, o "delegado" e cravos pelo chão, ele agora podia dizer qualquer coisa... qualquer coisa já teria tornado sua fixação realidade. Foi então que ele abriu a boca e disse: "Soooooooorrryyyyyy dear!!!" na mais perfeita entonação de Clodovil que que a Marcinha pode entender. E ainda saiu saltitando sem nem mesmo ajudar a menina a recolher os destroços.
Até hoje, passar na delegacia ainda é motivo de vergonha interna pra Marcinha. Mas como é que ela poderia imaginar, sendo que a imaginação era tão mais divertida?
A Marcinha é assim mesmo, se apaixona por histórias que ela mesma inventa. Gosta da cena, da imaginação, do que cerca um caso de amor. Muitas vezes a Marcinha gosta até de pegar trânsito, só pra no caminho ir imaginando uma paquera ou talvez uma vida inteira com o cara do carro do lado.
Mês passado a Marcinha mudou de estacionamento, um começou a cobrar caro demais e do lado da delegacia, tinha outro que era bem mais barato. Todas as manhãs, ou a maioria delas, quando deixava o carro pra ir ao trabalho a Marcinha via um homem parado na frente da delegacia ou falando no celular, ou conversando com alguém, ou fumando um cigarro. O cara não um garoto, nem um franguinho, era um homem mesmo, com letra maiúcula, desses que, segundo a Marcinha, tem jeito de ter "pegada". Não demorou muito pra Marcinha começar a chamar o moço de "Delegado" e ficar ansiosa todas as manhãs pra ver se o danado do cara olhava pra ela.
Gostava de imaginar que um dia o "Delegado" iria chegar bem malandro, dizer alguma graça e convida-la pra sair. Que um dia ela iria ver que aquele jeito de "broncão" do "Delegado" era só fachada, que na verdade ele era um homem sensível, que gostava de música clássica, apreciava bons vinhos e cuidava do afilhado no fim-de-semana prolongado.
Pensar no delegado se tornou o passatempo predileto da Marcinha. Ela imaginava histórias com ele de manhã, no cinema, quando alguém no trabalho começava a discutir e até mesmo vendo Belíssima. A Marcinha tentou tirar fotos do Delgado com o celular, simulou tomar um tombo na frente da delegacia, entrou no D.P. pra fazer um B.O. falso e ver se cruzava com o cara e nada. Nada mudava na história da Marcinha.
Semana passada, por causa de um trabalho da agência, a Marcinha teve que acordar super cedo, ir até a Dr. Arnaldo e comprar uma cacetada de cravos. Como todas as manhãs ela estacionou o carro, pegou tudo que era seu e foi em direção a agência, só que desta vez ela levava com ela as 7 dúzias de cravos coloridos necessários para o job. Passou em frente a delegacia e nada do "Delegado", não podia acreditar numa coisa dessas. Justo hoje ele não estava! Justo hoje que ela tinha tudo pra chamar a atenção... Virou a cabeça, deu uma última olhada por cima do ombro e... PUMBA!!! Foi difícil não sentir o tranco daquele "homão" batendo de frente com ela.
Os cravos cairam todos pelo chão, e a Marcinha não podia acreditar no que via. O delegado bem ali na sua frente, olhando pra ela e pro monte de cravos. Era a chance dele! A chance dela! Nada podia ser mais perfeito que isso! Ela, o "delegado" e cravos pelo chão, ele agora podia dizer qualquer coisa... qualquer coisa já teria tornado sua fixação realidade. Foi então que ele abriu a boca e disse: "Soooooooorrryyyyyy dear!!!" na mais perfeita entonação de Clodovil que que a Marcinha pode entender. E ainda saiu saltitando sem nem mesmo ajudar a menina a recolher os destroços.
Até hoje, passar na delegacia ainda é motivo de vergonha interna pra Marcinha. Mas como é que ela poderia imaginar, sendo que a imaginação era tão mais divertida?